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Salvador anuncia instalação de ecopontos para ampliar coleta seletiva

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11/12/2014 às 9:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:40 - há XX semanas
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Todos os dias, Salvador recebe três toneladas de resíduos sólidos e outras três toneladas de resíduos da construção civil (entulho). Apenas 1% disso tudo chega até as cooperativas para ser finalmente reciclado, segundo a Secretaria da Cidade Sustentável (Secis).

Para tentar minimizar o problema, a partir da primeira quinzena de janeiro, a capital baiana terá 100 pontos de entrega voluntária (também conhecidos como ecopontos) para a coleta seletiva, segundo o secretário municipal da Cidade Sustentável, André Fraga. A meta da prefeitura é que, até 2016, sejam instalados 200 pontos para que qualquer pessoa possa utilizar.

“Só que o nosso planejamento vai ser para termos todos os 200 já no final do primeiro semestre de 2015”, adiantou Fraga ao jornal Correio. Os primeiros equipamentos devem chegar nos próximos dias e passar por alguns testes até começar a instalação na cidade.

“Estamos saindo do zero. Um programa como esse, associado ao Tudo Limpo, vai deixar a cidade mais sustentável e trazer emprego e renda para as cooperativas (de catadores)”, explica Fraga, referindo-se à campanha de conscientização lançada pela prefeitura em novembro.

Como funciona

Os contêineres, que são de plástico, vão receber apenas resíduos secos. Ou seja: ainda em casa, o lixo úmido (orgânico e não reciclável, como materiais de higiene pessoal) deve ser separado do lixo seco — basicamente papelão, plásticos, latinhas e garrafas PET.

Garrafas de vidros também poderão ser descartadas, mas não vidros planos, como janelas e espelhos. Os contenedores não terão divisão entre esses materiais.

Depois, já no recipiente, os resíduos serão recolhidos e encaminhados a uma das 18 cooperativas cadastradas na Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb).

Todas as cidades brasileiras devem implantar coleta seletiva, segundo a Lei de Resíduos Sólidos, de 2010, mas não há um modelo definido para isso.

Quando os pontos de entrega já estiverem instalados, a pessoa deve ir até um deles e lá deixar o lixo, em vez de deixar na porta de casa. Apesar de não garantir que todo mundo vai ter um equipamento a poucos metros de casa, o secretário diz que todos os contêineres vão ficar em locais de fácil acesso.

Investimento

Por isso, para os que já vão funcionar em janeiro, eles escolheram grandes avenidas e lugares onde há grande circulação de pessoas, como as avenidas Paralela, Manoel Dias da Silva, Bonocô e Silveira Martins.

Ao todo, a prefeitura espera gastar R$ 2 milhões, em recursos municipais, para implantar o sistema de entrega voluntária. “Cada um dos equipamentos custa cerca de R$ 5 mil, mas também tem toda uma logística envolvida”, explicou o secretário.

Um único contêiner pode armazenar seis mil litros de lixo, o que pode chegar a seis toneladas de resíduos.

Inclusão das cooperativas

"O projeto seria benéfico porque muitas pessoas sobrevivem disso", afirmou o presidente da Associação Jovens em Ação, de Ilha de Maré, Maurício José. Na associação, cada catador recebe R$ 200 por mês.

Com a instalação dos ecopontos, os resíduos chegarão diretamente às cooperativas, que dão novo encaminhamento ao material — algumas fazem artesanato, outras vendem para fábricas.

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Lixo seco que poderá ser descartado nos ecopontos de Salvador
Imagem: Editoria de arte/Correio

“A tendência com esse projeto é ser positivo tanto para educar o morador que hoje joga lixo na rua como para trazer mais renda para muitas famílias que trabalham com isso”, comenta o presidente da cooperativa Cooperguary, Edmundo Goes.

Todas as cidades brasileiras devem implantar coleta seletiva, segundo a Lei de Resíduos Sólidos, de 2010, mas não há um modelo definido para isso. “Cada município pode criar o seu (modelo). Um dos indicativos é que se use cooperativas para tal, como forma de inclusão social”, observou o advogado Bernardo Rocha, especialista em Direito Ambiental.

Vida útil

No final, as cidades têm pelo menos três grandes benefícios, com a implantação. Além da geração de renda e emprego e da conservação ambiental, também o aumento da vida útil do aterro sanitário, segundo a bióloga Laís Maciel, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Unifacs.

“Os aterros têm uma capacidade e, com a coleta, conseguimos diminuir a quantidade de resíduos despejados lá”, explicou.

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