A presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, faz um balanço da 64ª Reunião Anual da entidade. Foto:Antonio Cruz/ABr
A presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, afirmou na sexta-feira, 27 de julho, que a entidade vai enviar ao governo federal um documento com propostas para a proteção dos saberes tradicionais.
“Esse diálogo não pode ser perdido, deve ser intensificado. Tenho insistido na proteção dos saberes tradicionais. Na eventualidade de gerar um produto, uma inovação, deve haver um retorno para aquele que tem o saber. O conhecimento foi conservado por comunidades e hoje ainda não existe uma proteção clara”, justificou Nader.
Ela destacou a participação popular no evento, que terminou na sexta-feira. “Houve uma participação significativa da comunidade. Muitas vezes temos uma grande palestra e a plateia parece morta. Este ano, tivemos um envolvimento muito forte do público.”
Críticas ao corte no orçamento
Nader também criticou os cortes no orçamento do governo para as áreas de ciência, tecnologia e inovação. “O ministério [da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI] ganhou nova função e não é possível ficar com essa letra a mais [Inovação] mantendo o fluxo que é fazer ciência em qualquer país. Já são dois anos consecutivos com cortes no orçamento. No ano passado, alertei que o governo federal, ao cortar os recursos do MCTI, estaria sinalizando para os estados mudanças de atitude, isso já está acontecendo. As fundações de apoio já estão com menos dinheiro. Isso não está de acordo com o programa ousado, fantástico, que somos totalmente a favor, que é o Ciência sem Fronteiras”, apontou.
O Brasil fica entre os 13 países com maior produção científica (ranking baseado na produção de artigos científicos publicados em revistas especializadas), mas ocupa o 47º lugar em inovação, pesquisa e desenvolvimento. O Estado é o principal investidor em pesquisa e desenvolvimento no país.
Popularização da ciência
De acordo com o reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Natalino Salgado, um dos temas com maior destaque na reunião foi o conflito entre a comunidade quilombola e a instalação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). “Esse é um dos nossos encaminhamentos da universidade. Vamos fazer reuniões no local sobre o assunto e intermediar a situação que é muito crítica”, relatou à Agência Brasil.
Ele salientou que a reunião serviu para popularizar as áreas de ciência e tecnologia no estado. “Tivemos uma frequência acima da média, com a presença de jovens, crianças com seus pais e muitas pessoas da terceira idade. Essa mobilização sobretudo divulgou a ciência para a comunidade com foco cultural, nos conhecimentos tradicionais que podem gerar renda e ajudar no desenvolvimento econômico e social do nosso país.”
De acordo com a organização do evento, 25 mil pessoas de 700 cidades de todos os estados circularam diariamente pelo evento. Dos 4.816 trabalhos registrados, 4.009 foram aceitos. Do número global, 189 trabalhos foram apresentados por estudantes do ensino médio ou profissionalizante.
As duas próximas reuniões da SBPC já estão marcadas. Em 2013, o encontro será realizado na segunda quinzena de julho no Recife, em Pernambuco. Em 2014, a reunião será na cidade de Rio Branco, no Acre.
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