Rua Turiassu alagada em São Paulo
Foto: Flickr/Fernando Stankuns (Creative Commons)
Confirmando previsões, o ano de 2014 entrou para a história como o mais quente já registrado, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM), afirmando que essa classificação não é um fato isolado, mas parte de uma tendência mais ampla de comportamento do clima.
A Organização divulgou essa análise na segunda semana de fevereiro para servir de apoio às negociações sobre o novo acordo do clima, que acontecerão em Genebra (Suíça) de 8 a 13 de fevereiro. Esse diálogo ajudará a alcançar o compromisso universal, que deverá ser adotado em dezembro de 2015.
“A tendência do aquecimento como um todo é muito mais importante que o ranking individual de um ano”, esclareceu o secretário-geral do OMM, Michel Jarraud ao explicar que os padrões de temperatura erráticos afligindo nações em todo o planeta são consistentes com o esperado pelas mudanças climáticas.
O aumento das temperaturas oceânicas tem contribuído de forma excepcional para tempestades e inundações em muitos países, ao mesmo tempo que provoca extrema seca em outros. Como exemplo, mencionou a precipitação na costa pacífica do Japão, que chegou a 301% acima do normal, a maior desde o registro estatístico em 1946.
Aquecimento crescente
Ele advertiu que 14 das 15 maiores temperaturas registradas ocorreram no século 21 e alertou que o aquecimento global tende a crescer, dado que a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera aumentaram, bem como a temperatura dos oceanos.
Cerca de 93% do excesso de energia armazenada na atmosfera por gases de efeito estufa, provenientes de combustíveis fósseis e outras atividades humanas, terminam nos oceanos, explicou Jarraud. Assim como o clima em geral, as temperaturas do oceano chegaram a níveis recordes em 2014, apesar da ausência de efeitos naturais que justificariam esse aumento, como “El Niño”. As altas temperaturas registradas em 1998 – o ano mais quente antes do século 21 – ocorreu em parte por causa desse fenômeno.
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