O equipamento não apenas usa a energia solar, mas também os raios UV e infravermelhos do sol para a desinfecção de água
Imagem: Divulgação/SDW
Atualmente, quase 800 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável limpa e de qualidade segura. As Nações Unidas estimam que em 2025 até 1,8 bilhão de pessoas viva em países ou regiões com extrema escassez do recurso. Ao pensar nisso, a startup baiana Safe Drinking Water For All (SDW) trabalha no desenvolvimento de um sistema residencial de desinfecção solar da água de baixo custo e de alta eficiência.
Ao oferecer uma alternativa ecológica sustentável aos métodos tradicionais de desinfecção da água, como ferver a água ou usar pastilhas de cloro, a startup de impacto social tem como missão levar a melhor solução em tratamento do recurso para pessoas sem acesso a água potável.
Segundo os desenvolvedores, o estudante de engenharia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Bonifácio Neves, a biotecnologista Anna Beserra e a assistente social Izabela Freitas, o equipamento não apenas usa a energia solar, mas também os raios UV e infravermelhos do sol para a desinfecção de água. Além disso, dispõe de um ciclo de vida de dez anos e é feito de plástico verde, produzido a partir do bagaço da cana-de-açúcar, que não é degradável e nem libera toxinas.
Sistema residencial
"O SDW é um sistema residencial manual de desinfecção solar da água de baixo custo, construído para cisternas e utilizando somente uma base de 40cm² e 5 cm de altura de polipropileno e uma tampa de vidro, além do encanamento para conectar com a cisterna e com o tanque de saída, bomba manual conectada a um filtro de lã acrílica, um sensor UV, uma placa solar que alimenta o sensor UV, uma bateria, e uma torneira por gravidade que fará com que a água caia no reservatório de saída", explica o site da iniciativa.
Os responsáveis pela startup, que fazem pré-incubação na UFBA, citam dados da Organização Mundial de Saúde, segundo os quais uma abordagem integrada de fornecimento de água, saneamento e higiene reduz em 65% o número de mortes causadas por doenças de veiculação hídrica.
O objetivo agora é firmar parceria com os governos, a fim de que o produto seja repassado por um valor acessível a pessoas sem acesso à água potável. "Pensamos também em custear parte do produto por meio de doações e crowdfunding, mas temos esperança de que, depois de receber um resultado positivo dos nossos beta customers e da nossa entrada no mercado, o governo tenha interesse em uma parceria e criar ou adaptar para alguma política pública como a água para todos", projeta Anna Beserra.
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