Contagem, cidade de Minas Gerais. Taxa de urbanização no Brasil passará dos atuais 84,5% para 90% até 2020.
Foto: Marcelo Samurai/Reprodução
A taxa de urbanização no Brasil passará dos atuais 84,5% para 90% até 2020, segundo o estudo inédito Estado das Cidades da América Latina e Caribe, lançado na terça-feira, 21 de agosto, no Rio de Janeiro, e produzido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).
No México e nos países da região Andino-Equatorial, o número atual não passa de 85%. O Caribe e a América Central têm taxas de urbanização mais baixas, mas o aumento é constante, com perspectiva de chegar a 83% e 75% da população urbana em 2050, respectivamente. De acordo com o estudo, a população urbana da América Latina chegará a 89% em 2050.
Além de informações sobre população e urbanização, o estudo apresenta dados sobre o desenvolvimento econômico, habitação, serviços básicos urbanos, meio ambiente, gestão de riscos e governança urbana.
O diretor executivo do ONU-Habitat, Joan Clos, defendeu que haja mais sustentabilidade nos centros urbanos. Foto: Paulo Filgueiras/UN
Conforme o documento, a transição das pessoas para a realidade urbana na América Latina é caracterizada pela velocidade. "Proporcionar melhores condições de trabalho e de vida para amplos setores da população tem gerado um alto custo social, econômico e ambiental", adverte o texto.
“Para avançar é preciso um modelo de cidades mais sustentáveis e compactas, que dotem nossas zonas urbanas de maior mobilidade e eficiência energética. É preciso reafirmar o interesse coletivo pelo planejamento urbano, trabalhar em políticas de coesão social e territorial", defendeu o diretor executivo do ONU-Habitat, Joan Clos.
Outras conclusões do documento:
- A América Latina e o Caribe reúnem quase 80% de sua população (468 milhões de pessoas) em áreas urbanas e, desse número, a metade reside em cidades de menos de 500.000 habitantes;
- Mais de dois terços da riqueza da região procede das cidades. Ademais, cresce o potencial e a participação econômica de centros urbanos secundários;
- Em que a pese a diminuição das taxas de pobreza na região, uma em cada quatro pessoas das áreas urbanas é pobre e os índices de desigualdade estão situados entre os mais altos do mundo;
- O escasso planejamento e as limitações das políticas urbanas têm tido como consequência a expansão das cidades de forma insustentável, com ausência de espaços públicos acessíveis para todos, privilegiando o automóvel em detrimento do transporte comum e reforçando a segregação social;
- As cidades registram altos índices de violência e insegurança, que parecem ir além da capacidade de resposta dos governos. Ainda que a violência não seja registrada em todas as áreas e deixe de ser homogênea em uma mesma cidade, a gravidade de suas consequências exige esforços coordenados de todos os níveis de governo;
- São constatadas iniciativas importantes para a proteção ambiental, redução das emissões de gases de efeito estufa e prevenção e resposta aos desastres naturais. Contudo, existe pouca consciência de como a urbanização mal planejada aumenta o risco de desastres.
O relatório também assinala que, depois de décadas em que os governos pareciam incapazes de responder as demandas do crescimento urbano acelerado, uma nova transição é anunciada, na qual o desafio será tanto responder as necessidades em termos de quantidade, quanto de qualidade, equidade e sustentabilidade.
Ao destacar que existe abundante conhecimento e experiência na região para impulsionar políticas urbanas orientadas ao desenvolvimento econômico e inclusão social, o documento reforça que para avançar nessa direção é preciso investir mais esforços no monitoramento das cidades, além de adaptar os mecanismos de planejamento, gestão e governo às novas realidades do desenvolvimento urbano.
- Conheça o estudo na íntegra em PDF (em espanhol)
EcoDesenvolvimento.org - Tudo Sobre Sustentabilidade em um só Lugar.Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!