Orfanatos são caros e podem causar danos mentais e físicos irreparáveis por esse preço - então por que eles ainda são tão onipresentes? Georgette Mulheir descreve com seriedade a tragédia dos orfanatos e nos faz um apelo para abandonarmos nossa confiança neles, encontrando alternativas para apoiar crianças em necessidade.
Segundo Georgette, a maioria das pessoas imagina orfanatos como um ambiente benigno que cuida das crianças. Já outros sabem mais sobre as condições de vida lá, mas ainda acham que são um mal necessário. “Mas 60 anos de pesquisa demonstraram que separar crianças de suas famílias e colocá-las em grandes instituições danifica seriamente sua saúde e desenvolvimento”, alega.
Ela então apresenta argumentos de como a falta de estímulo presente em ambientes institucionais atrofia e atrasa o desenvolvimento físico, social, cognitivo, psicomotor e da linguagem das crianças - especialmente os bebês.
Outro problema surge quando esses jovens, que cresceram em abrigos e orfanatos, deixam a instituição e encontram serias dificuldades para integrar-se com a sociedade. De acordo com a palestrante, um estudo russo descobriu que dois anos depois de deixar os orfanatos, 20% desses jovens adultos tinham ficha criminal, 14% estavam envolvidos com prostituição e 10% haviam cometido suicídio.
De volta à família
Segundo Georgette, 95% das crianças pesquisadas tinham pais vivos que abandonaram seus filhos por problemas decorrentes da pobreza, deficiência e etnia. “Isso não é necessário nem inevitável. Cada criança tem o direito a uma família, merece e precisa de uma, e crianças são incrivelmente adaptáveis. Nós descobrimos que se as tirarmos das instituições e colocarmos em famílias amáveis cedo, elas recuperam-se de seus atrasos de desenvolvimento e continuam a levar vidas normais e felizes”, defende.
De acordo com ela, achar uma nova família ou dar apoio aos pais biológicos é também muito mais barato do que fornecer suporte às instituições. “Um estudo indica que o serviço de apoio a uma família custa 10% de uma alocação numa instituição, enquanto um programa de adoção de qualidade custa geralmente 30%”, compara.
Por fim, Georgette faz um apelo: “Ainda há muito a ser feito para acabar com a institucionalização sistemática das crianças. A conscientização é necessária em cada nível da sociedade. As pessoas precisam saber os danos que as instituições causam às crianças e as melhores alternativas que existem. Juntos, esta é a forma de abuso infantil que podemos erradicar durante nossas vidas”.
Assista à palestra na íntegra (para ver com legenda em português, selecione a opção ao lado do play):
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