Biotérmica Energia terá capacidade para produzir até 15 megawatts (MW)
Foto: Erica Marques / Especial/ ZH
A primeira térmica a partir de gás gerado em aterro sanitário no Rio Grande do Sul será inaugurada nesta terça-feira, 2 de junho, em Minas do Leão, a 90 quilômetros de Porto Alegre. Construída com investimento de R$ 30 milhões, a Biotérmica Energia terá capacidade para produzir até 15 megawatts (MW), suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 80 mil habitantes.
O combustível que moverá a usina é o metano existente no biogás captado no aterro do município, que recebe diariamente 3,5 mil toneladas de lixo urbano de Porto Alegre e outras 130 cidades.
O aterro é controlado pela Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), cujo capital pertence 70% ao grupo Solví e 30% à mineradora Copelmi. As duas empresas, na mesma proporção, também são donas da Biotérmica Energia. Em breve, outros municípios gaúchos poderão ter iniciativas com o mesmo conceito.
"Já temos duas licenças prévias da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para Santa Maria e São Leopoldo e futuramente também em Pelotas e Giruá", destacou ao jornal Zero Hora o diretor-presidente da CRVR, Mauro Renan Pereira Costa, ao lembrar que as usinas nos dois municípios serão menores, de 1,5 MW, e podem operar em 2016.
Créditos de carbono
O projeto de Minas do Leão se diferencia em outro aspecto. O aterro foi um dos primeiros no país a obter créditos de carbono com a queima do metano no sistema de chama conhecido como flare (tocha que fica constantemente acesa nas chaminés de petrolíferas), liberando CO2 – 23 vezes menos poluente que o metano. Segundo Costa, a usina passou a ser a primeira térmica no mundo a também ganhar créditos de carbono originalmente com a queima de metano em flare.
Apesar de as obras estarem prontas, a usina ainda precisa passar por um teste de emissões da Fepam para receber a licença de operação e, depois, a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para dar a partida na geração comercial, o que deve ocorrer em 15 dias, prevê Costa. Inicialmente, a produção será de 8,5 MW, sendo que 6,5 MW foram comercializados em leilão. O restante será vendido no mercado livre.
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