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Veneno de planta mediterrânea pode ser usada no tratamento do câncer

Para os moradores do sul da Europa e norte da África, a Tápsia nunca foi bem vinda. Conhecida pelo forte veneno, a planta sempre foi popular por causar a morte de gados, ovelhas e até camelos durante as caravanas árabes. Mas uma descoberta recente de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins pode transformar o veneno das sementes em remédio contra o câncer.

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29/06/2012 às 14:45 • Atualizada em 10/09/2022 às 1:44 - há XX semanas
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O veneno encontrado na Thapsia garganica se mostrou eficiente no combate às células cancerígenas/Foto:
Valter Jacinto

Para os moradores do sul da Europa e norte da África, a Tápsia nunca foi bem vinda. Conhecida pelo forte veneno, a planta sempre foi popular por causar a morte de gados, ovelhas e até camelos durante as caravanas árabes. Mas uma descoberta recente de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins pode transformar o veneno das sementes em remédio contra o câncer.

Os cientistas descobriram que uma substância tóxica encontrada na planta mediterrânea pode bloquear a ação de uma proteína presente nas células. A SERCA, como é chamada, é responsável por controlar os níveis de cálcio dentro das células. Quando essa proteína é impedida de atuar pela toxina da planta, o plasma celular é sobrecarregado pela alta concentração do cálcio e a célula morre.

Agora, os cientistas querem usar a substância tapsigargina junto com um peptídeo (um pedaço de proteína) para matar as células do câncer. Com a nova droga, batizada de G202, a combinação das duas substancias é lançada no sangue e circula até encontrar a PSMA - uma proteína presente na superfície das células cancerígenas de próstata e outros tipos de câncer.

Quando isso acontece, o peptídeo é reconhecido pela proteína, que libera a entrada da tapsigargina na célula doente. Com isso, o veneno da planta consegue atingir somente o tumor, matando as células doentes e deixando as sadias intactas. Por agir diretamente com a proteína SERCA, vital para que todas as células se mantenham vivas, os tumores não têm como se tornar resistentes à substância.

Os testes com a nova droga, feitos com 15 ratos com modelo de câncer de próstata humano, mostraram redução do tumor em sete animais. O remédio também se mostrou eficiente no combate de outros tipos de câncer, como mama, renal e de bexiga.

O próximo passo dos cientistas é testar o G202 em pacientes com câncer avançado. Esses estudos devem mostrar quais são as quantidades seguras da droga e seus efeitos colaterais.

Com informações da Veja.

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