A transformação da cidade colombiana de Medellín foi um dos cases apresentados no evento.
Tornar as cidades inteligentes e sustentáveis é um dos grandes desafios enfrentados pelo poder público e empresários da construção civil. O tema foi debatido na quinta-feira, 23 de outubro, durante o quinto Fórum de Sustentabilidade da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), realizado em Salvador.
“Para muitos, a sustentabilidade era considerada uma ficção, mas hoje percebemos que ela faz parte do nosso presente e necessária em nossas vidas”, destacou o presidente da Ademi-BA, Luciano Muricy Fontes, durante a abertura do evento.
“Não preciso ir longe para entender a necessidade de transformar as nossas cidades", afirmou Fontes. "Devido à falta de planejamento e preocupação com o meio ambiente, São Paulo vive hoje uma crise de abastecimento hídrico extremamente preocupante”, exemplificou.
Para o diretor de gestão sustentável da Ademi-BA, Rafael Valente, a sustentabilidade precisa ser encarada como escala industrial. “Temos bons exemplos de edifícios sustentáveis em Salvador, mas ainda são pontuais. É preciso saber quanto custa a sustentabilidade e temos de encará-la como investimento”.
Medellín
A transformação da cidade colombiana de Medellín foi um dos cases apresentados no evento. O representante do Departamento de Gestão Territorial da Prefeitura de Medellín, Julio Orlando Castro Guamán, apresentou as transformações sociais, econômicas e culturais pelas quais a metrópole passou.
“Criamos um cinturão verde em torno de toda Medellín fazendo com o que o ambiental e urbanístico dialogassem. Fizemos parques, jardins infantis, bibliotecas, estações de polícia e projetos urbanos interligados”, explicou Guamán.
A transformação do bairro de Moraiva também foi apresentada no Fórum. A professora do Tecnológico de Antioquia (TdeA) Yannet Bibiana Daza Vargas mostrou como foi possível transformar o local que antes era um lixão a céu aberto em um grande jardim florido.
“O bairro com 40 mil habitantes era um morro de 1,5 milhões de toneladas de resíduos e agora é um jardim de 30 mil metros quadrados”, contou Yannet. De acordo com ela, essa transformação só foi possível por conta do projeto “Moraiva Flores para a Vida” – um trabalho de restauração ambiental integrado à intervenção paisagística e à transformação urbana do local.
Também foram apresentados no Fórum de Sustentabilidade os cases de reúso da água, verticalização sustentável, uso de gás natural e criação de bairros planejados.
Especificidades
O ex-prefeito de Maringá (PR) e coordenador do projeto Futuro da Minha Cidade promovido pela CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Silvio Barros, apresentou aos participantes do evento como é possível transformar as cidades. “É preciso entender as reais necessidades das cidades, porque são conhecidas menos de 20% das soluções tecnológicas disponíveis para sanar seus problemas. O mais importante é saber formular as questões, porque cada cidade tem um grupo de demandas específicas”, pontuou.
Barros definiu que sustentabilidade nada mais é do que assegurar para gerações futuras condições melhores para viver. Mostrou ainda que cidades como Salvador, com graves problemas, também podem passar por uma enorme transformação. Para isso é necessário um senso de urgência; vontade política; liderança para mudar hábitos; ações concretas e principalmente lembrar que o futuro das cidades começa com as decisões tomadas hoje.
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