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Artistas baianos consagrados são indicados ao 33º Prêmio Shell de Teatro

Prêmio homenageia os 90 anos da atriz Léa Garcia e a atriz Teuda Bara, fundadora do Grupo Galpão. Cerimônia será no dia 21 de março

Arlon Souza • 04/02/2023 às 18:09 - há XX semanas

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					Artistas baianos consagrados são indicados ao 33º Prêmio Shell de Teatro
Fotos: Divulgação

A presença de artistas baianos num dos mais importantes prêmios do Brasil reforça o quanto a Bahia é um dos pólos criativos mais talentosos do país. Embora os incentivos para temporadas e turnês nacionais sejam insuficientes e até mesmo raros como programa e política cultural, atores e atrizes como Luís Miranda (Melhor Ator/2019/SP), Laila Garin (Melhor Atriz/2013/RJ), João Miguel (Melhor Ator/2009/SP), entre outros nomes de projeção nacional, vem conseguindo furar a bolha regional e, inclusive, se tornaram vencedores do Prêmio Shell de Teatro.

Nesta 33ª edição, o Shell contempla espetáculos que fizeram temporada no Rio e em São Paulo fora do período da pandemia da covid. Ou seja, entre 1.º de janeiro e 31 de março de 2020 e de 1.º de abril a 31 de dezembro de 2022. E pela primeira vez inclui na lista artistas trans, na categoria Melhor Atriz. Este ano, entre os indicados, artistas baianos já consagrados nos palcos como Márcio Meirelles, Laila Garin, Lázaro Ramos e Fábio Osório Monteiro.

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Vencedora na categoria Melhor Atriz, pela atuação como protagonista do espetáculo “Elis, A Musical”, em 2013/2014, Laila Garin volta a ser indicada este ano pela atuação em outro musical: “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa”, da obra de Clarice Lispector. A encenação também recebeu indicações como Melhor Direção (André Paes Leme) e Melhor Direção Musical (Chico César/Marcelo Caldi).

“O teatro é meu pai. Ele me ensina ética, me ensina o sentimento coletivo. Fazer teatro ainda é uma batalha, é um ato heroico. Por mais que eu reconheça comparativamente que eu tenha privilégios, sempre foi, e é, muito trabalho, muita luta. Então ser indicada a um prêmio deste é uma confirmação dessa escolha, assim como cada pessoa do público que vem a mim emocionada e transformada é uma confirmação de que o dom que recebi pode ser multiplicado e fazer sentido. Esta peça fala sobre empatia, de uma forma muito amorosa. Sem pôr o dedo na cara. Mas, põe o dedo na ferida. Esse trabalho também me transforma muito, a cada dia que eu entro em cena”, reflete Laila Garin.

Já o diretor de teatro e encenador Marcio Meirelles, que costuma assinar figurino, iluminação e cenário de suas montagens, foi indicado pela cenografia do espetáculo “Do Outro Lado do Mar”, que cumpriu temporada em outubro do ano passado, no Teatro Poeirinha, no Rio. A peça escrita pela dramaturga salvadorenha Jorgelina Cerritos tem atuação de Andréa Elia e Edu Coutinho.

“Muito importante qualquer reconhecimento à arte. O prêmio, a indicação, o reconhecimento a todos que fazemos obras que sustentam a reflexão, a crítica, o deleite e geram empregos e economia. O cenário do espetáculo Do Outro Lado do Mar, indicado ao Prêmio Shell, realmente é feito de poesia, como o são os trabalhos de todos os indicados e dos não indicados também”, compreende Márcio Meirelles.

Um outro nome a despontar na cena nacional é o do ator Fábio Osório Monteiro. Por sua atuação no espetáculo “Sem Palavras”, da Cia. Brasileira de Teatro. Ele recebeu pela primeira vez uma indicação a prêmio, nesse caso, ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria Melhor Ator. A montagem também foi indicada nas categorias Dramaturgia (Marcio Abreu/Nadja Naira), Direção (Marcio Abreu) e Melhor Atriz (Vitória Jovem Xtravaganza/ Vini Ventania Xtravaganza). Osório completa 25 anos de carreira em 2023 e é ex-integrante do Grupo Dimenti.

“É gostoso demais receber esta indicação, vinda de fora da Bahia, mas com o nosso sotaque. Fui realmente pego de surpresa. Sobre mudanças na carreira eu ainda não sei dizer. Mas, posso afirmar que, para um artista baiano que tem a sua formação e produção artística concentrada aqui na Bahia e fora do eixo Rio/SP, é como se a gente passasse a existir para o resto do país. Por conta disso, meu desejo é que estas pequenas vitórias individuais possam de alguma forma mover também o nosso corpo coletivo, trazendo-o à luz”, analisa Fábio Osório Monteiro.

Um outro estreante na lista de indicados ao Prêmio Shell, embora já muito experiente e premiado, é o ator e diretor Lázaro Ramos. Ele e Tatiana Tibúrcio são indicados pela direção do espetáculo “O Método Grönholm”, que também foi indicado na categoria Melhor Ator (Luís Lobianco).

“Eu tou muito feliz com a indicação, até porque este foi um projeto que a gente estreou uma semana antes da pandemia, com um esforço coletivo pra levantar o espetáculo e tivemos a grande frustração dele ter sido visto por pouquíssima gente e ficar parado até conseguir voltar a cartaz no fim do ano passado, em São Paulo. Isso pra mim foi uma vitória do teatro. Pra mim, um símbolo de resistência de que vale a pena persistir em fazer o nosso teatro. Essa indicação vem como isso, como incentivo pra gente permanecer nos palcos. Esse espetáculo foi um ato de resistência, num momento em que o teatro vinha sofrendo muito”, avalia Lázaro Ramos.

Confira abaixo a lista completa dos indicados:

SELEÇÃO JÚRI RIO DE JANEIRO

DRAMATURGIA
  • Henrique Fontes e Vinicius Arneiro por “Peça de Amar”
  • Gilson Barros por “Riobaldo”
  • Cecilia Ripoll por “Pança”
  • Elisandro de Aquino por “Eu Amarelo”
  • Rodrigo Portella por “Ficções”
  • Marcio Abreu e Nadja Naira por “Sem Palavras”
DIREÇÃO
  • Renata Tavares por “Nem Todo Filho Vinga”
  • Enrique Diaz e Marcio Abreu por “O Espectador”
  • Rodrigo Portella por “Ficções”
  • Paulo de Moraes por “Neva”
  • Marcio Abreu por “Sem Palavras”
  • André Paes Leme por “A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa”
ATOR
  • Reinaldo Junior por “O Grande Dia”
  • Milton Filho por “Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”
  • Cridemar Aquino por “Joãosinho e Laíla: Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”
  • Gilson Barros por “Riobaldo”
  • Fábio Osório Monteiro por “Sem Palavras”
  • Mario Borges por “A Última Ata”
ATRIZ
  • Ana Carbatti por “Ninguém Sabe Meu Nome”
  • Vera Holtz por “Ficções”
  • Vilma Melo por “Mãe de Santo”
  • Andrea Beltrão por “O Espectador”
  • Vitória Jovem Xtravaganza por “Sem Palavras”
  • Vini Ventania Xtravaganza por “Sem Palavras”
CENÁRIO
  • J.C. Serroni por “Morte e Vida Severina”
  • André Curti e Artur Luanda Ribeiro por “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”
  • João Marcelino por “Candeia”
  • Bia Junqueira por “Ficções”
  • Cachalote Mattos por “Turmalina 18 – 50”
  • Erick Saboia e Marcio Meireles por “Do Outro Lado do Mar”
FIGURINO
  • Wanderley Gomes por “Vozes Negras: A Força do Canto Feminino”
  • João Pimenta por “Ficções”
  • Ticiana Passos por “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”
  • Julia Vicente e Gabriel Vieira por “Peça de Amar”
  • Marie Salles por “O Espectador”
ILUMINAÇÃO
  • Cesar de Ramires por “Morte e Vida Severina”
  • Artur Luanda Ribeiro por “Enquanto Você Voava, Eu Criava Raízes”
  • Gabriel Fontes Paiva e André Prado por “Um Precipício no Mar”
  • Alexandre Gomes por “A Jornada do Herói”
  • Maneco Quinderé por “Neva”
  • Fernanda Mantovani por “Caim”
MÚSICA
  • Jorge Maya pela direção musical de “Luiza Mahin … Eu Ainda Continuo Aqui”
  • Itamar Assiere pela direção musical de “Morte e Vida Severina”
  • Chico Cézar pela direção musical de “A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa”
  • Ananda K pela direção musical de “Candeia”
  • Claudia Eliseu e Wladimir Pinheiro pela direção musical de “Vozes Negras: A Força do Canto Feminino”
  • Azullllll pela direção musical de “Cão Gelado”

SELEÇÃO JÚRI SÃO PAULO

DRAMATURGIA
  • Dione Carlos por “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”
  • Soraia Costa por “Sete Cortes até Você”
  • Ronaldo Serruya por “A Doença do Outro”
  • Viviane Dias por “Tarsila ou A Vacina Antropofágica”
  • Lucas Moura por “Desfazenda – Me Enterrem Fora Desse Lugar”
  • Paola Prestes por “Bata Antes de Entrar”
DIREÇÃO
  • Miguel Rocha por “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”
  • Lázaro Ramos e Tatiana Tibúrcio por “O Método Grönholm”
  • Ruy Cortez e Marina Nogaeva Tenório por “A Semente da Romã” e “As Três Irmãs”
  • José Fernando Peixoto de Azevedo por “Um Inimigo do Povo”
  • Janaina Leite por “A História do Olho – Um Conto de Fadas Pornô-noir”
  • Rogério Tarifa por “O Que Nos Mantém Vivos?”
ATOR
  • Clayton Nascimento por “Macacos”
  • Paulo Marcello por “O Fazedor de Teatro”
  • Rodrigo Pandolfo por “F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)”
  • Luis Lobianco por “O Método Grönholm”
  • Odilon Wagner por “A Última Sessão de Freud”
  • Zécarlos Machado por “Papa Highirte”
ATRIZ
  • Verónica Valenttino por “Brenda Lee e o Palácio das Princesas”
  • Assucena por “Mata Teu Pai – Ópera Balada”
  • Ana Lucia Torre por “Longa Jornada Noite Adentro”
  • Sara Antunes por “Anjo de Pedra”
  • Clara Carvalho por “Um Inimigo do Povo”
  • Laila Garin por “A Hora da Estrela ou O Canto da Macabéa”
CENÁRIO
  • Fabio Namatame por “A Última Sessão de Freud”
  • Daniela Thomas e Felipe Tassara por “Molly Bloom”
  • Bira Nogueira por “Meu Reino por um Cavalo”
  • Luiz André Charubine e Mandy por “Pérsia”
  • Zé Henrique de Paula por “Sweeney Todd”
  • Chris Aizner por “Outono, Inverno ou O Que Sonhamos Ontem”
FIGURINO
  • Claudia Schapira por “Na Solidão dos Campos de Algodão”
  • Marichilene Artisevskis por “Mary Stuart”
  • Karen Brusttolin por “Gaslight, uma Relação Tóxica”
  • Anne Cerutti por “Consentimento”
  • João Pimenta por “F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)”
  • Silvana Marcondes por “Nzinga”
ILUMINAÇÃO
  • Wagner Pinto por “F.E.T.O (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)”
  • Cesar Pivetti por “Brilho Eterno”
  • Aline Santini por “Na Solidão dos Campos de Algodão”
  • Cibele Forjaz por “Altamira 2042”
  • Wagner Antonio por “Com os Bolsos Cheios de Pão”
  • Wagner Freire por “Mary Stuart”
MÚSICA
  • Marco França pela direção musical de “Tatuagem”
  • Tom Zé e Maria Beraldo pela música de “Língua Brasileira”
  • Alisson Amador, Amanda Abá, Denise Oliveira e Jennifer Cardoso pela execução musical em “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”
  • Dani Nega, Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva pela direção musical de “Hip Hop Blues”
  • Felipe Botelho, Amanda Ferraresi, NBKE e Wallie Ruy pela execução musical em “Wonder – Vem pra Barra Pesada”
  • Dan Maia pela música de “Tebas”

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