Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > teatro
Whatsapp Whatsapp
TEATRO

Bailarino que passou pelo Bolshoi é estrela de Romeu e Julieta

Como já arriscava alguns passos em casa, Nielson decidiu se matricular na turma e, em poucas aulas, revelou ter um talento acima da média

• 24/09/2014 às 8:30 • Atualizada em 26/08/2022 às 22:10 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Nielson começou a dançar na escola, na Massaranduba e, três anos depois, ganhou uma bolsa para estudar na Ebateca, convidado pela instituição. De lá, saiu para a Escola Bolshoi
Em 2003, Nielson Souza saía da Ribeira, depois do colégio, e levava uma hora e meia, de ônibus, para chegar às aulas de balé no Itaigara, numa escola que, percebendo seu talento, lhe ofereceu uma bolsa de estudos. Não precisou muito e, apenas três anos depois, o menino já estava na Escola Bolshoi, em Joinville, tendo uma aula como seu maior ídolo, o dançarino russo Mikhail Baryshnikov.
Agora contratado pela São Paulo Companhia de Dança, o baiano de 24 anos volta a Salvador para se apresentar como principal intérprete masculino da montagem Romeu e Julieta, que será apresentada de sexta a domingo no Teatro Castro Alves.
Os primeiros contatos de Nielson com o balé aconteceram em 2000, quando, aos 10 anos, numa escola particular no bairro, a professora de Educação Física Rita França montou um grupo de dança.
Como já arriscava alguns passos em casa, Nielson decidiu se matricular na turma e, em poucas aulas, revelou ter um talento acima da média, como lembra Rita França:“Fui eu que o introduzi à dança, mas nunca tive dúvida de que ele nasceu pronto para ela”.
PRODÍGIO
Luiza Lopes protagoniza com Nielson a peça que estreou em 2013, em São Paulo
Numa das apresentações de fim de ano do colégio, Nielson deu a sorte de ter, entre os espectadores, uma professora da Ebateca, tradicional escola de balé de Salvador. Impressionada com o desempenho do garoto, ela o convidou para estudar na Ebateca.
Dispensado da mensalidade, Nielson passou a frequentar as aulas a partir de 2003. Ia acompanhado por Rita França, já que ainda era muito pequeno para se deslocar sozinho até o outro lado da cidade.
O garoto prodígio continuou surpreendendo: adiantou o curso e, em um ano, fez o que normalmente os alunos comuns levam quatro para fazer. Até que em 2006, veio a grande chance: a seleção para o Balé Bolshoi de Joinville, filial da clássica escola de dança russa fundada há mais de 200 anos.
A bateria de testes, no Teatro Castro Alves, começou às 9h e só terminou às 19h. Premiado com uma bolsa de estudos, Nielson arrumou as malas e partiu para a nova vida, em Santa Catarina. Para se adaptar à cidade, teve o apoio do pai, Marivaldo, sargento do Exército que sempre lhe deu apoio e ficou com ele na nova cidade por 15 dias.
A mãe, professora infantil, já estava triste demais com a partida do filho e não teve coragem de acompanhá-lo. Em Joinville, o baiano frequentava a escola pela manhã e à tarde, tinha mais de três horas de balé por dia. Mas o estudo voltado, principalmente, para a dança clássica não era exatamente o que ele queria. Depois de um ano e meio no Bolshoi, Nielson decidiu voltar para Salvador, no final de 2008.
SALVADOR
“Foi muito difícil deixar o Bolshoi, mas eu sentia necessidade de experimentar outros tipos de dança, principalmente a contemporânea, que me atraía mais”, diz Nielson. O rapaz ficou atento às oportunidades e, pouco tempo depois, surgiu a primeira seleção para a então recém- fundada São Paulo Companhia de Dança.Leia também Banda Jammil anuncia local da gravação do novo DVD Sam Alves conta que preparou show especial para Salvador Marcela Bellas apresenta seu álbum em show no Pelourinho Coletivo Nozmoskada é atração desta sexta no Commons Ponto de Equilíbrio, O Rappa e Strike fazem show em Itacaré Cauby Peixoto e Angela Maria apresentam álbum 'Reencontro' no TCA
Ele correu para São Paulo, onde se submeteu aos testes, mas ainda não foi daquela vez que conseguiu. Aqui, juntou-se ao Balé Jovem de Salvador, fundado pelo coreógrafo Matias Santiago. Quando o grupo conseguia aprovação e meditais, Nielson recebia cachê, mas não tinha uma renda fixa.
A São Paulo Companhia de Dança abriu uma segunda temporada de testes, mas Nielson achou que não era o momento de se candidatar novamente, pois estava reestruturando a vida em Salvador. Mais tarde, ainda em 2009, veio uma nova chance. Pressionado pelos amigos e por Rita França, ele não resistiu e participou da nova seleção. Recebeu o resultado uma semana depois e, de novo, teve que deixar Salvador.
Contratado pela nova companhia, finalmente pôde realizar o desejo de experimentar as mais diversas técnicas de dança. Teve a oportunidade de atuarem balés como Workwithinwork, de William Forsythe, e La Sylphide, do argentino Mario Galizzi, a partir do original de Auguste Bournonville. Nada mais justo que, depois de sua difícil trajetória, ter a chance de, pela primeira vez, protagonizar uma espetáculo como Romeu e Julieta em sua terra natal. Matéria Original Correio 24hPerfil Nielson Souza - Clássico em casa

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM TEATRO :

Ver mais em Teatro