Menu Lateral Menu Lateral
iBahia > teatro
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Whatsapp Whatsapp
TEATRO

Em cartaz no Icba, Sade é o espelho da perversão humana

Longe do estereótipo e da pornografia gratuita, a peça apresenta diversas facetas do libertino Sade, com metalinguagem, diálogos intensos

• 10/09/2015 às 21:17 • Atualizada em 31/08/2022 às 14:03 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Prazer pela violência, dor, humilhação e pelo sexo perverso. Aquele que deu origem ao termo “sádico” ganha um retrato provocante em Sade, nova montagem de Gil Vicente Tavares baseada na vida do Marquês de Sade (1740-1814). Política, sexualidade não-convencional e moral cristã costuram a trama sobre o escritor e aristocrata francês. Longe do estereótipo e da pornografia gratuita, a peça apresenta diversas facetas do libertino Sade, com metalinguagem, diálogos intensos e, sim, uma dose de sacanagem. Assim, em cena, estão o sádico e cruel lado a lado com o ingênuo e humano. O texto é resultado da pesquisa de mestrado de Gil Vicente sobre o aristocrata que passou um terço de sua vida preso e foi taxado de louco por muitos. Disposta em sete quadros, a peça tem figurino de Rino Carvalho, que explora a renda e o couro, e cenografia de Eduardo Tudella. “Muita gente vai vir na expectativa do Sade sexual, mas vai tomar uma rasteira. Porque, muito além disso, ele é o espelho da humanidade e de como o homem é violento”, ressalta o ator Wanderley Meira, 38 anos. Vencedor do Prêmio Braskem de Teatro 2015 de melhor ator, por As Confrarias, ele é um dos integrantes da companhia que atua no espetáculo, o Teatro NU. O personagem principal fica a cargo de Carlos Betão, também vencedor do Prêmio Braskem na mesma categoria, em 2011, por Sargento Getúlio. “Estamos vivendo hoje a loucura de um jogo de poder destruidor. Sade faz esse link. O pedido de volta à ditadura que temos visto, por exemplo, é um autoflagelo”, provoca Betão, 56, sobre a leitura contemporânea que pode ser feita a partir de Sade.
Marcelo Praddo (Prêmio Braskem de Teatro 2002), Fafá Menezes e Márcia Andrade também fazem parte do elenco que divide-se entre personagens reais e fictícios. A violência e a perversão aparece em todos. Quem é do povo, por exemplo, é retratado não como vítima, mas como algoz. “No meu espetáculo, ninguém escapa”, garante Gil Vicente, 38, que estudou cerca de oito biografias de Sade para escrever o texto vencedor do Prêmio Fapex de Teatro, em 2010, e publicado pela Edufba com mais duas obras. “Sade é um ser muito complexo e traz todos os matizes que nós somos. Não estou demonizando nem endeusando. A arte demonstra os caminhos tortuosos e cada um escolhe o seu”, atiça. “A arte tem que provocar e Sade é um prato cheio pra isso”, completa. Serviço: Teatro Icba (Avenida Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória) De quinta a sábado, às 20h. Até 10/10 Ingresso: R$ 20 | R$ 10
Correio24horas

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM TEATRO :

Ver mais em Teatro