Já imaginou abandonar sua rotina vivenciada em uma só cidade para viver desbravando as capitais de todo o país? Vivendo um mês em Salvador ou em Floripa? E na sequência, seguir para Brasília ou João Pessoa? Foi isso que o casal Fabi Mercado e Gustavo Longo fizeram. Eles criaram o projeto chamado ‘Desbravando capitais’ e a cada mês, eles mudam de rotina, bairro, vizinhos, amigos e tudo para experienciar o que cada destino tem de melhor.
Em entrevista ao iBahia, Fabi contou como surgiu a ideia. Ela ainda explicou os impactos que essa aventura causou no início dessa jornada.
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“Surgiu da curiosidade e vontade que temos de explorar a cidade onde moramos. Na ocasião, só o Gustavo que trabalhava home office, mas a ideia ficou guardada até surgir a oportunidade. Em São Paulo, o custo de vida era mais alto. E a pandemia e o isolamento atrapalhando emocionalmente a minha vida, decidimos nos mudar para Bauru, isso foi em 2020”, detalhou ela.
“Mudando para o interior, com um custo de vida mais baixo, Fabi conseguiu uma posição de trabalho home office. Ela precisou levar nossa sobrinha para Florianópolis porque tinha passado na universidade federal de lá e conseguimos resgatar a ideia”, completou Gustavo.
O start foi em Florianópolis. O casal viveu na cidade por um mês e colecionou muitas memórias na ‘Ilha da Magia’. Além da capital de Santa Catarina, eles já passaram por
Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Brasília (DF), Palmas (TO), Vitória (ES), Recife (PE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Aracaju (SE) e o último destino foi Salvador.
Desbravando Salvador
Não é novidade que a capital baiana tem inúmeros encantos. E toda a energia soteropolitana foi sentida pelo casal. Eles desbravaram e muito Salvador.
“Em SSA tivemos a oportunidade de ir na Feira de São Joaquim, na Praia da Paciência, no Shopping da Barra, fazer treino de corrida na orla (Rio Vermelho ao Farol de Itapuã / Rio Vermelho ao Forte de São Pedro) uma prova de corrida, fomos no Parque da Cidade, na Igreja e no Terreiro, conhecemos o Pelourinho e também o Olodum, andamos pela Av. Sete de setembro e seu comércio, a Casa do Rio Vermelho e Fundação Jorge Amado, teatros e também ao mercado e academia”, explicou Gustavo.
Mas, a representatividade mexeu com o coração de Fabi. Na opinião dela, em outros destinos, não há essa convergência.
“Eu vivi minha vida rodeada de gente branca e poucos negros e pardos. Sinceramente não havia discussões a respeito de cor de pele e eu achava isso normal. Quando vim pra Bahia e vi tantas pessoas da minha cor e a importância que se dá, como por exemplo os eventos Liberatum, novembro negro e até mesmo a peça de teatro que assistimos ontem - Eduardo II que relata a história de amor de um rei negro -, é como se eu me identificasse melhor.”
A garra e batalha diária dos baianos também foram evidenciadas por Fabi e Gustavo. Eles foram só elogios quando o assunto foi disposição e busca pelo pão de cada dia. “Fora da Bahia existe muito preconceito de que são preguiçosos e nos disseram que se reclamassem alguma demora de serviço nos diria: ‘Sorria você está na Bahia’, aqui posso dizer que aquele refrão da música de Ivete Sangalo "ligeiro" são pra vocês, não vi preguiça, vi muito trabalho. Vocês são um povo muito trabalhador e que carrega muito sorriso no rosto.”
Ao final, Fabi e Gustavo resumiram a experiência vivenciada por aqui na Bahia. Que somos um mix disso não há dúvida, mas é sempre bom escutar isso de vez em quando.
“Sentimos que Salvador é formada por mistura de cor, cultura, sabores, religião e sincretismo religioso e isso move Salvador e faz dela única. Encontramos um terreiro em meio a muitas igrejas católicas em um bairro tradicionalmente católico. É impressionante. Agora é juntar dinheiro pra poder voltar no camarote do Carnaval de vocês (acho que não saberíamos andar na pipoca rsrs)”, brincou Fabi.
Experiências pelo país e equilíbrio
Você deve estar se perguntando como o casal remontou a relação com a família em meio a tantas mudanças. E eles foram diretos na resposta:
“O nosso lema é desbravar as capitais, mas entre a empolgação de explorar e o compasso frenético das nossas vidas cotidianas, há um desafio constante de manter o ritmo e o apetite pela descoberta. Buscar o equilíbrio entre os encantos das cidades e as demandas do trabalho, dos relacionamentos e dos projetos pessoais é outro desafio e se torna uma verdadeira dança, onde cada passo requer precisão”, disse ela.
“Quanto a nossa família que fica no nosso ponto de apoio, que é em Bauru, fazemos ligações e também videochamadas. São maneiras de amenizar a saudade. Quanto a nós, temos a consciência de que um lar é onde estamos e casa é onde moramos”, finalizou. A próxima parada do casal é Belo Horizonte.
Mayra Lopes
Mayra Lopes
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