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BAHIA

Adultos e idosos em busca do diploma universitário

Seja por um sonho ou para se atualizar, adultos e idosos estão buscando o ensino superior para obter uma primeira ou segunda graduação

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02/12/2011 às 7:34 • Atualizada em 14/09/2022 às 1:09 - há XX semanas
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A experiência de vida associada à dedicação aos estudos é reconhecida em sala de aula
Uma nova tendência está mudando o perfil dos alunos nas universidades brasileiras. Está se tornando comum, depois de algum processo seletivo, as salas de aula passarem contar com a presença de alunos que, até então, estavam há muito tempo sem tocar nos livros. A crescente oferta de cursos e vagas, oferecidos em horários diversos e à distância, aliado à possibilidade de conciliar trabalho e estudo e às maiores oportunidades no mercado de trabalho tem proporcionado um ambiente favorável ao retorno aos estudos. “Isso tem sido muito comum, não só de quem já tem uma primeira graduação e está buscando uma segunda, assim como de quem não teve oportunidade de buscar o ensino superior”, explica Nádia Valverde Viana, diretora de planejamento acadêmico da DeVry Brasil, que agrupa as faculdades Ruy Barbosa e Área 1, de Salvador, e a faculdade Fanor, de Fortaleza. Segundo a diretora, com a enorme velocidade e quantidade de conhecimento na atual sociedade do conhecimento, as pessoas se sentem defasadas e muitas vezes procuram o ensino superior para se atualizar e progredir nos estudos. “Essa busca hoje por estudar é fruto do que se conhece como beneficio que a formação traz, as possibilidades profissionais e de realização pessoal”, afirma. A primeira graduaçãoUm caso exemplar da busca pela realização do sonho é o da aposentada Nilza Chagas de Amorim, 59 anos. Ela conta que desde jovem tinha vontade de ingressar no ensino superior, mas os acontecimentos da vida adiaram este desejo. “Fazer faculdade era um sonho antigo que eu tinha antes de começar a trabalhar. Mas comecei a trabalhar, tive filhos e não podia fazer mais faculdade. Essa vontade então ficou adormecida”, conta Nilza. Ela concluiu o ensino médio há cerca de 35 anos e não teve a oportunidade de fazer um curso superior, seguindo diretamente para o mercado de trabalho. Depois de todo este tempo, Nilza decidiu tentar ingressar na faculdade, estudando sozinha em casa, dividindo seu tempo entre seus estudos, filhos e tarefas domésticas e tentou diversos vestibulares. Depois de muita dedicação, Nilza, que sai de segunda a sexta de sua casa no Barbalho até Lauro de Freitas, chega ao seu destino: a Uneb (Universidade do Estado da Bahia) de Lauro de Freitas, onde cursa o segundo semestre de Pedagogia, sua primeira graduação. O interesse pela Pedagogia surgiu após ter experiência com um trabalho de evangelização com crianças e dar aulas de banca. “No trabalho de evangelização, via a dificuldade dessas crianças em ler e escrever. Já na banca, quando uma mãe me perguntou se eu era formada eu decidi: Eu vou é me capacitar!”, conta a nova estudante. Nilza estuda com uma turma mais jovem e, pouco a pouco, foi conquistando o respeito de seus colegas, ao demonstrar seu esforço, dedicação, interesse e experiência. Hoje, no segundo semestre, ela conta que tem muito apoio dos professores mais próximos e também é muito estimulada pelos alunos, além de ter facilidade em escrever. “Está sendo uma experiência maravilhosa para mim e para meus colegas”, relata, sorrindo. De acordo com Nádia Valverde, os adultos que estão fazendo a primeira graduação “às vezes iniciam extremamente tímidos, porque há muito tempo que não estudavam”. A diretora destaca que a retomada geralmente requer um esforço muito grande, uma maior disciplina, dedicação e uma determinação de querer fazer e conseguir. “Quando conseguem vencer defasagem e hiato, eles voltam e se enquadram muito bem na turma”, diz. A segunda graduaçãoO desejo de iniciar um outro ciclo profissional e associar a sua formação com o seu atual trabalho também leva os baianos a buscarem uma segunda graduação, assim como a busca por melhores salários e cargos mais altos. Além disso, por acabar trabalhando em outra área diferente da sua formação inicial, alguns profissionais também procuram nos cursos superiores uma maior capacitação na sua área de atuação, associando o conhecimento adquirido na prática com os conhecimentos produzidos pela academia. De um modo geral, os alunos de segunda graduação geralmente tem muita responsabilidade com os estudos, com o aprendizado, participam das discussões, assumem a liderança da turma, interagem muito fácil e ganham o respeito dos colegas por sua maturidade. A relação com os professores também é muito interessante, pois estes alunos, devido à sua experiência profissional, colaboram com as aulas, trazendo o aprendizado em seus empregos. “A bagagem de vida que eles trazem, o conhecimento que adquiriram no mundo do trabalho e também a experiência de vida são reconhecidos”, afirma a diretora. Direito e EngenhariaNádia ressalta que a presença de alunos que ingressam no ensino superior após um grande intervalo sem estudar é significativa nos cursos de Direito e Engenharia. No caso de Direito, há uma procura para fazer concursos públicos e, em Engenharia, nota-se a presença de alunos que possuem o curso técnico, mas ingressam nas faculdades e universidades como uma oportunidade de obter o nível superior. “Eles sentem a necessidade da formação para realização pessoal e progressão funcional, ascender no seu trabalho”, explica a diretora.

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