Começa a vigorar hoje o reajuste do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros importados. O aumento aplicado pelo governo federal é de 30 pontos percentuais e terá um repasse para os consumidores assim que acabarem os estoques nas concessionárias, já que os carros são taxados no momento em que desembarcam no país. A previsão é que isso já aconteça em meados de janeiro. Mas, a expectativa é que as montadoras não repassem todo o aumento do IPI para os consumidores. A assessoria de imprensa da JAC Motors, por exemplo, informou que não há data prevista para o aumento dos carros e que o imposto não será totalmente repassado para os clientes. A mesma conta fez o gerente das concessionárias Land Rouver/Volvo, Eduardo Castro, que fez os cálculos iniciais com 18% de aumento. "Um Freelander S, a diesel, que sai hoje por R$ 129 mil, pode aumentar para R$ 153 mil", acrescentou Castro. A diferença é de R$ 24 mil. Porém, Castro destacou que as empresas deverão anunciar os novos preços a partir da segunda-feira, quando fecharem suas planilhas de custos. Castro também contou que todo o setor está preocupado com a iniciativa do governo federal. "Esperamos uma redução nas vendas de até 30% para o próximo ano", disse o gerente. Para Thiago Bonina, diretor do Grupo Bonina, que administra as revendedoras chinesas Lifan e Effa na Bahia, o cenário é mais positivo, porque em março de 2012 as montadoras começam a operar uma fábrica em Manaus e não terão mais o impacto do IPI. Porém, até lá, um modelo de carro de passeio como o M100, da Effa, que sai por R$ 25.980, aumentará para R$ 31.980, ou seja, um reajuste de 23%. O diretor acrescenta que os interessados em comprar um importado mais barato têm até este domingo para participar do Feirão das marcas chinesas, que acontece nas próprias concessionárias do grupo (Avenida ACM, Brotas). "Uma picape caçamba estendida, terá um bônus de R$ 5 mil", anunciou Bonina. OneradosPara o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, esta medida do governo é um retrocesso para o país e bastante protecionista. "Para o governo, ele está arrecadando mais, está bom. Se era para ele proteger a indústria nacional, por que não reduziu o IPI dos carros nacionais?", questionou. Olenike acrescentou que outra mostra que a política brasileira para o setor está errada é que o carro importado entra no país, paga uma série de tributos e ainda assim consegue ser mais barato do que os nacionais. Foi em setembro que a Fazenda anunciou o aumento do IPI para carros importados fabricados fora da Argentina, do Uruguai e do México. Para não serem afetados pelo acréscimo da alíquota, os fabricantes devem ter 65% de peças nacionais. Esta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou a redução da alíquota do IPI para veículos nacionais para 2012. Por meio de nota, o titular da pasta informou que a medida deve ser adotada apenas em 2013. A mesma política valerá para os carros importados, já que o aumento de 30% do IPI não será modificado em 2012 segundo o governo. Era esperado para ontem o anúncio do novo Regime Automotivo, que traria medidas como estas, porém não tem mais data para ser publicado. Depende deste Regime a vinda de novas fábricas para o país, como a da JAC Motors para a Bahia.
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