O serviço Disque Direitos Humanos (Disque 100) recebeu 856 denúncias de casos de homofobia no Brasil entre janeiro e setembro deste ano. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), as ligações totalizaram 2.432 violações aos direitos dos homossexuais, como violência e atendimento inadequado em delegacias, entre outros. O estado de São Paulo lidera o ranking com 134 telefonemas sobre homofobia, seguido pela Bahia e por Minas Gerais, ambos com 71, e pelo Piauí, com 61.
Para a ministra da SDH, Maria do Rosário, o número é expressivo, já que a opção que trata especificamente de denúncias de homofobia foi implantada há menos de um ano. “A intenção da SDH e do Ministério da Justiça é que todas as secretarias tenham um trabalho concreto de defesa e de atendimento adequado dos homossexuais nas delegacias e em todas as estruturas policiais”, explicou. Segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), o estado era o líder do ranking de violência contra homossexuais até 2010. Pelo menos 29 gays, lésbicas e travestis foram assassinados no estado no período, seguido por Alagoas, com 24 mortes, e São Paulo, com 23. No total, foram documentados 260 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil em 2010, 62 a mais que em 2009 (198 mortes), um aumento 113% nos últimos cinco anos (122 em 2007). O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, considera o Disque 100 um canal importante para a proteção dos homossexuais. "Essa pesquisa consegue saber quais são os níveis de homofobia, especialmente no interior do estado, onde não temos tanto conhecimento", explica. Cerqueira acredita que apesar dos números ainda serem elevados, as pessoas já aceitam melhor os homossexuais. "A situação tem mudado muito e as pessoas tem aprendido a conviver com a homossexualidade".A representante da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Isabel Alice de Jesus, disse que um dos agravantes do cenário de crimes homofóbicos no estado é o grande fluxo de turistas. Por essa razão, a Bahia publicou um manual de orientação para homossexuais que visitam o estado. “Entendemos que cada um tem o direito de ir e vir e de viver a sua sexualidade. A gente não pode ignorar que a vulnerabilidade tem sido uma das causas que pontuam a Bahia nessa questão”, destacou. *Com informações da Agência Brasil
São Paulo lidera o ranking com 134 denúncias, seguido pela Bahia e por Minas Gerais, ambos com 71 |
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