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Hoje se comemora o Dia Mundial da Água e em todo o país quase 35 milhões de pessoas não têm acesso a serviços de água tratada, sendo 5,5 milhões apenas nas maiores cidades do país. As estatísticas foram divulgadas pelo Instituto Trata Brasil, que detém um ranking de saneamento e analisou dados das 100 maiores cidades brasileiras e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) em 2021.
Na prática, aproximadamente 100 milhões de brasileiros não contam com acesso à coleta de esgoto (21,7 milhões nas 100 maiores cidades do país) e metade desses resíduos não são tratados (49%), o que representa jogar na natureza, todos os dias, 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento.
Diante desse cenário, algumas tecnologias e ações sociais focadas na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente auxiliam na redução desses danos. Dois exemplos são o Sistema de Bioágua Familiar e o Aqualuz.
O primeiro é desenvolvido pelo projeto Dom Hélder Câmara e parceiros. Se trata de uma tecnologia de reutilização de águas que provém de atividades domésticas, que passam por tratamento em um filtro subterrâneo e segue para o armazenamento em um reservatório para ser utilizada na irrigação da produção de alimentos em quintais agroecológicos.
Já o sistema Aqualuz – criado pela startup SDW – purifica a água e retira os microrganismos, evitando doenças e garantindo água potável para o consumo humano. Ele potabiliza a água de cisternas através da radiação solar, permitindo que o indivíduo possa consumir a água diretamente do equipamento que faz o tratamento.
O impacto dessas ações tem auxiliado muito na vida de pessoas que vivem no semiárido baiano. O agricultor Edelvan Santos sofria com a falta d’água na comunidade em que mora, na Bahia. “Antes a gente chegava cansado da roça e ainda tinha que carregar água. Hoje a vida ficou muito mais fácil com essa cisterna, temos água limpa por mais tempo. Também aprendemos o passo a passo de como fazer uma cisterna, como cuidar da água e manter ela limpa”, diz.
Edelvan é também um dos beneficiários do projeto social de cisternas foram construídas na região. Todo o projeto foi desenvolvido pela organização AVSI Brasil. Ao todo, utilizando da tecnologia da bioágua familiar, foram implantados 35 equipamentos em quatro povoados da região de Morro de Chapéu (BA), beneficiando famílias residentes na zona rural, nas comunidades de Alecrim, Santa Cruz, Lagoinha e Espinheiro I.
Outro programa desenvolvido é o Semiárido Sustentável. Realizado em comunidades vulneráveis em Juazeiro (BA). O projeto social tem como objetivo amenizar a escassez de água com a implantação de tecnologias sociais que favoreçam: o acesso a água para consumo e produção (cisternas e bioágua); a conservação do meio ambiente (fossa ecológica); ações educativas de uso consciente da água em escolas municipais; e investimento na produção local com o apoio a grupos produtivos da região e a implementação de quintais produtivos.
A localidade em que o projeto é desenvolvido é conhecida como região do Salitre, em referência a um rio que faz a divisão do território. O rio era perene, mas com o uso inadequado foi ficando intermitente (em alguns períodos, o leito seca). Com foco na responsabilidade social e sustentabilidade, o programa inclui a implementação de sistemas de potabilização da água por meio da irradiação.
Quem aprovou a implementação foi a beneficiária Vera Lúcia. “A equipe foi de casa em casa ensinando, depois vieram fazer demonstração de como o Aqualuz deve ser utilizado. E com certeza iremos usar por muito tempo. É fácil de usar, e a durabilidade é de 20 anos. Fica para nós e para os nossos filhos. Água é saúde! E é isso que o programa oferece. Queria agradecer a toda a equipe pelo projeto e acompanhamento”, pontuou
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