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Em 2012, a Bahia já registrou 41.913 casos de dengue entre 1º de janeiro e 19 de maio, segundo o último boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). De acordo com o órgão, houve um aumento de 11,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 37.465 casos foram notificados. Mas, além do crescimento, outro fator que vem preocupando os epidemiologistas da Sesab é o avanço do tipo 4 da doença, em substituição ao tipo 1. O boletim demonstra a circulação de quatro sorotipos virais de fevereiro de 2011 a maio de 2012. No início do ano passado, o tipo 4 não apresentava incidência significativa, nunca ultrapassando a marca de 10% dos casos. Contudo, a partir de maio de 2011, a variação do vírus começou a avançar e hoje corresponde a mais de 80% dos casos. O risco de epidemia é considerado pela Sesab. Entretanto, a coordenadora do Comitê Estadual de Controle da Dengue, Jesuína Castro, afirma que a tendência é a redução do número de ocorrências. “Já passamos do pior período, do ponto de vista da quantidade. A maior transmissão da doença ocorre entre outubro e maio, em razão da temperatura estável. O avanço da dengue tipo 4 se deve, sobretudo, às características do sistema imunológico dos indivíduos. De acordo com Jesuína, quem já teve um tipo de dengue fica imune a esta forma, mas suscetível a outros sorotipos. “O vírus é o mesmo. No entanto, quem teve a dengue tipo 1, por exemplo, fica imune a esse tipo e pode hospedar outro. A diferença está em mudanças químicas encontradas na estrutura do vírus”, comenta. O vírus tipo 4, raro até 2011, é o que mais circula no país, sendo responsável por 59,3% das ocorrências.
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IdentificaçãoPara que o tipo da doença seja identificado, é preciso que o paciente compareça a uma unidade hospitalar em até cinco dias, após o aparecimento da enfermidade. “É preciso fazer o isolamento viral. Apenas pelos sintomas não dá para determinar o sorotipo. Se o paciente passar desse prazo, não há como fazer o isolamento”, adverte o técnico da Vigilância Epidemiológica da Sesab, João Emanuel Araújo. Por outro lado, quem já teve algum tipo da doença, tem mais risco de contrair formas mais graves”, assinala. Sobre as formas mais graves da doença – dengue com complicações (DCC), febre hemorrágica e síndrome do choque - foram confirmados 139 casos em 48 municípios, com 18 óbitos, número cerca de 65% a mais que no mesmo período de 2011. A coordenadora ressalta que a população deve estar em alerta para os sintomas. “Na Bahia, é Verão o ano inteiro. Se não houver atenção quanto aos sinais, o número vai aumentar”, orienta Jesuína. Entre os sintomas da doença estão febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos, e perda do paladar e apetite. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no primeiro quadrimestre do ano, foram confirmados 286.011 casos em todo o país. O número representa queda de 44% em relação a 2011, quando foram registrados 507.798 casos. Apesar disso, a Bahia é o terceiro entre sete estados – Tocantins, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Roraima e Mato Grosso - que registraram alta.