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Deputado flagrado em esquema de desvio de recursos diz que é vítima de perseguição

Parlamentar diz que as denúncias só foram feitas porque ele é candidato à prefeitura de Juazeiro e presidente do Juazeirense

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05/04/2012 às 8:33 • Atualizada em 30/08/2022 às 10:50 - há XX semanas
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Roberto Carlos: "perseguição política e futebolística"
“O que está acontecendo é uma perseguição política e futebolística”, explicou o deputado Roberto Carlos Almeida Leal (PDT), durante entrevista a uma rádio. Acusado de comandar um esquema de desvio de recursos na Assembleia Legislativa da Bahia, o parlamentar diz que as denúncias só foram feitas porque ele é candidato à prefeitura de Juazeiro e presidente do Juazeirense, clube que disputa a primeira divisão do campeonato baiano de futebol.Mas, segundo investigação da Polícia Federal, oito assessores parlamentares do deputado não desempenhavam suas funções e repassavam os salários, ou parte, para o próprio deputado, a mulher dele e um dos filhos. De acordo com depoimentos prestados à PF, seis dos oito assessores ouvidos até agora confirmaram o esquema e afirmaram que nunca trabalharam na Assembleia. Todos eles moram em Juazeiro, na região Nordeste da Bahia.Ao CORREIO, Roberto Carlos disse que é comum assessores parlamentares trabalharem em pontos fixos no interior do estado, onde existem as chamadas bases políticas. “Isso é uma prática comum na Assembleia. Muitos viajam comigo, mas alguns permanecem no interior para fortalecer o nosso trabalho”, diz. Questionado por um site se renunciaria ao mandato, caso ficassem comprovadas as irregularidades apontadas pela PF, o parlamentar se esquivou. “A discussão não é esta. A PF não está me acusando; está fazendo uma investigação, como investiga qualquer um”.O deputado atua como corregedor na Assembléia Legislativa. “Tenho 22 anos de vida pública e nunca me envolvi em nada”, disse ele, antes de embarcar no Aeroporto de Salvador. Ele viajou para Juazeiro, para acompanhar a partida entre Juazeirense e Bahia, pela 20ª rodada do Campeonato Baiano.Salário Procurado pelo CORREIO, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo (PDT), informou que o gasto de verba de gabinete é no valor de R$ 60 mil. Ou seja, distribuição do montante fica a cargo de cada deputado, que pode contratar de 7 a 26 assessores. Os cargos podem ser de um salário mínimo até R$ 11 mil, máximo.Sobre o posicionamento da Casa Legislativa quanto à investigação da PF, Marcelo Nilo declarou: “Até agora não tenho a cópia do processo, mas já solicitei hoje (quarta) à PF que nos repasse os nomes dos funcionários irregulares. Quanto ao deputado, vamos aguardar as investigações”, disse. Nesta quarta (4), Roberto Carlos não compareceu ao seu gabinete, mas quatro assessores parlamentares (um homem e três mulheres) trabalharam.
Perguntados sobre o paradeiro do deputado, os funcionários se limitaram a dizer que o pedetista falaria em momento oportuno. Nos corredores da Assembleia, comentários eram feitos, mas à boca pequena. “Se puxar mais um pouco a linha, vão desenrolar o carretel”, comentava uma assessora parlamentar com uma funcionária da limpeza na porta de um dos banheiros femininos. Poucos parlamentares ousaram comentar o caso. “O deputado (Roberto Carlos) está sendo apenas investigado e não podemos ter uma conclusão de fato. É comum as pessoas serem acusadas de crimes, responderem inquéritos e muitas vezes serem inocentadas em juízo”, diz o deputado Deraldo Damasceno (PSL). Roberto Carlos, a mulher dele e o filho podem ser indiciados por formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro – os mesmos crimes que foram indiciados os assessores do pedetista, após interrogatório na PF, na terça-feira.A investigação foi iniciada há dois anos pela PF de Juazeiro, com base no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – órgão vinculado ao Ministério da Fazenda que monitora as movimentações financeiras consideradas suspeitas. Nesse caso, foi realizada a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado e de familiares.O esquema, de acordo com a PF, funcionava da seguinte forma: os salários dos servidores ‘fantasmas’ variavam entre R$ 3 mil e R$ 8 mil por mês. Uma pessoa ainda não identificada fazia os saques nas contas desses servidores e repassava o dinheiro para as contas do próprio deputado, da mulher dele e de um de seus filhos.PF investigou manifestação financeira A investigação da Polícia Federal apurou as movimentações financeiras das contas dos assessores do deputado Roberto Carlos, da mulher dele e de um de seus filhos no período entre 2008 a 2010. No início da manhã de terça, 12 policiais federais chegaram ao edifício da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para recolher documentos e computadores. Os agentes permaneceram por mais de cinco horas no edifício.À frente da operação, o delegado Daniel Veras, superintendente regional em exercício da PF na Bahia, informou que vários documentos foram apreendidos, como contracheques e fichas funcionais, que corroboram com as investigações. Além de documentos, foram levados pela PF computadores, discos rígidos e o notebook do deputado.Segundo ele, todo material apreendido em Salvador será periciado do e depois enviado para a PF de Juazeiro, onde as investigações continuam.

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