Exames e o aconselhamento ajudam a melhorar vida sexual a dois

Convites, bolo, vestido, padrinhos, festa. No mês que, tradicionalmente, é dedicado aos nubentes, mais que preocupações com as cerimônias religiosa e social, os casais noivos não devem esquecer dos exames pré-nupciais. Eles são a garantia de que a saúde sexual, reprodutiva e física do casal estará mantida, fortalecendo a união do casal. De acordo com o o uro-andrologista Francisco Costa Neto, além das questões físicas, geralmente, esse também é o momento para que homens e mulheres possam esclarecer suas dúvidas em relação à vida sexual do casal. “Embora, hoje, a maioria das pessoas tenha vida sexual ativa, ainda é grande a desinformação sobre a sexualidade”, diz o médico, destacando que a vida após o casamento segue rotinas diferentes do período do namoro. O acompanhamento pelo geneticista com uma equipe multidisciplinar , chamado de aconselhamento genético, também é importantíssimo, especialmente para mulheres maiores de 35 anos ou nos casos onde há histórico familiar de síndrome de Down, anemia falsiforme, defeitos de tubo neural, casamento entre primos, entre outras situações.

Casal Vanessa e Nielson fizeram os exames pré nupciais

FertilidadeHá pouco mais de seis anos, quando decidiram casar, Vanessa Lemos e Nielson Brito disseram sim também para os exames nupciais. Dosagem hormonal, sorologia, imunologia, teste de rubéola e tudo o que tinham direito para garantir um início de vida à dois tranqüilo. “É uma oportunidade para checar se a saúde, em geral, vai bem, além, é claro, de evitar surpresas desagradáveis ou desconfianças”, diz. Carla e Fausto Fernandes, seis meses antes da cerimônia, também aproveitaram para fazer os exames para detecção de HIV, DSTs e hepatites, que já faziam normalmente, uma vez que o casal é doador habitual de sangue. “Não fizemos avaliação de fertilidade porque, desde que decidimos casar, acordamos que não teríamos filhos”, diz Carla, destacando que o espermograma, por exemplo, está longe de ser um exame que atraia o público masculino. “Falta poesia nesse exame”, brinca, justificando a resistência do marido. Na verdade, quando o assunto é saúde reprodutiva, o público masculino parece viver num misto de preocupação e medo. “Os homens se escondem muito e repassam para as mulheres a responsabilidade pela infertilidade do casal, eles, no entanto, são muito avessos à idéia do espermograma e da peniscopia”, completa Costa Neto. O médico ressalta que quanto mais cedo o casal obtiver os resultados da investigação, mais cedo poderão tratar problemas que, por ventura, venham a acontecer. “Saber se o parceiro pode ter -ou não filhos - é um dado importante e impede muito aborrecimento no futuro”, diz. ContracepçãoSe evitar filhos é uma preocupação do casal, o aconselhamento pré-nupcial pode ajudar a escolher a melhor pílula ou o método contraceptivo mais indicado. A ginecologista e sexóloga Karla Calil ressalta que também é nesse momento que as mulheres recebem orientações importantes sobre as mudanças na vida sexual. “Geralmente, orientamos sobre o dia fértil, que costuma ocorrer no décimo quarto dia após o primeiro dia da menstruação, lembrando que nesse período é comum perceber uma secreção parecida com a clara de ovo”, esclarece a ginecologista. A prevenção contra a cistite nupcial também é abordada. “Orientamos que a mulher busque urinar após o ato para evitar o acúmulo de bactérias, além de cuidar muito bem da higiene da vulva, tomando banhos sempre com sabonete neutro(o mesmo usado pelos bebês)”, explica. A especialista diz ainda que o uso de sabonetes íntimos não são muito indicados pois alteram a flora vaginal, deixando-a desprotegida. “Não precisa exagerar, basta lembrar que após cada ato ou na mudança de posição, é importante fazer a higiene do local”, finaliza a especialista.