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Fábrica da Ford na Bahia vai parar por quase um mês

A unidade baiana fabrica os modelos Fiesta e Eco Sport, num volume de quase mil carros por dia; com a paralisação, cerca de 30 mil carros deixarão de ser produzidos

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06/09/2011 às 9:04 • Atualizada em 03/09/2022 às 16:57 - há XX semanas
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Com o pátio abarrotado, a produção de veículos na fábrica da Ford, em Camaçari, vai parar por quase um mês. A partir da próxima segunda-feira, os cerca de 11 mil funcionários do complexo entrarão em férias coletivas e só retornarão ao trabalho em 10 de outubro. Com isso, cerca de 30 mil carros (Fiesta e Eco Sport) deixarão de ser produzidos no estado. Procurada pelo CORREIO, a Ford confirmou a suspensão da atividade na fábrica baiana. Numa nota breve, enviada pela assessoria de imprensa, a empresa justificou que a medida foi tomada “a fim de ajustar os estoques à demanda do mercado”.
Com a paralisação, cerca de 30 mil carros deixarão de ser produzidos
Na semana passada, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, já havia demonstrado preocupação em relação aos estoques de veículos nas concessionárias em todo o país. Em agosto, eles já representavam 40 dias de venda, enquanto o normal seria entre 21 e 22 dias. “Depois desse limite, a saúde financeira da concessionária pode ser afetada devido ao custo elevado de se manter os estoques”.

				
					Fábrica da Ford na Bahia vai parar por quase um mês
O especialista em mercado automotivo, Pedro Kutney, explica que quando isso acontece é sinal de que o mercado está em retração. O motivo, analisa Kutney, estaria relacionado, principalmente, com as medidas de restrição do crédito, implementadas pelo governo federal no final do ano passado. “Os principais prejudicados foram os compradores de primeira viagem. Eles se afastaram do mercado, com medo dos juros altos”, disse. Diretor comercial da Indiana, Alexandre Rodrigues se disse surpreso com a decisão da Ford. Segundo ele, a concessionária, que é revendedora da marca, vem mantendo as vendas em ritmo “normal”. “Houve uma pequena queda, quase insignificante. O estoque está um pouco elevado, mas as vendas continuam boas”, destacou. De acordo com ele, a Ford ainda não havia comunicado à concessionária sobre a decisão. O diretor regional da Fenabrave, Raimundo Valeriano, discorda que há uma retração no mercado automotivo e disse não entender a decisão da companhia. “No âmbito do varejo, está tudo normal. As vendas continuam em alta e esperamos um crescimento de 10% este ano em relação a 2010”. Mais paralisações Além da unidade baiana, a Ford vai interromper as atividades por 10 dias na fábrica de motores e transmissão de Taubaté, em São Paulo, no próximo dia 19. Em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a produção de caminhões para entre os dias 8 e 16 deste mês, a de carros será interrompida de 5 a 9 de setembro e a estamparia será suspensa de 12 de setembro até 7 de outubro. A Volkswagen também concederá férias coletivas aos seus funcionários. A empresa aproveitou feriados locais e do 7 de setembro para suspender a produção na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, que fabrica os modelos Golf, Fox e CrossFox. Enquanto isso, na Fiat, parte dos trabalhadores da fábrica de Betim, em Minas Gerais, emenda, desde ontem, o feriado da Independência e só voltará ao trabalho na quinta-feira. Na General Motors, 300 funcionários voltaram de 15 dias de férias pontuais na fábrica de São José dos Campos, em São Paulo, ontem. Financiamento cresce menos e calote sobeO financiamento de carros está crescendo a taxas menores e com inadimplência maior, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). O segmento fechou julho com saldo de R$ 196,2 bilhões, alta de 14,6% na comparação com julho de 2010, mas abaixo da taxa do ano passado ante 2009, que foi de 18,1%. A Anef atribui a redução do ritmo de crescimento ao impacto das medidas de contenção ao crédito adotadas pelo Banco Central. Já o número de calotes segue em crescimento, diferente da expectativa da Anef. O saldo de inadimplentes no CDC de veículos para pessoa física, com atrasos acima de 90 dias, que estava em 3,8% em junho, chegou a 4%. Em julho de 2010, o indicador estava em 3,4%.

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