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"Fique calma", disse PM antes de estuprar grávida

O companheiro presenciou a abordagem e disse que os policiais chegaram a atirar

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13/07/2015 às 20:58 • Atualizada em 26/08/2022 às 17:38 - há XX semanas
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A jovem grávida que foi estuprada por dois policiais militares contou detalhes do que aconteceu em entrevista à TV Bahia, exibida nesta segunda-feira (13). O caso foi em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador. A adolescente de 17 anos detalhou como ela, que estava acompanhada pelo marido, foi abordada, na noite de sábado (11), na BR-110. Os dois estavam de moto.
"Começou a pedir informação de onde a gente morava. Aí ele foi conversando: 'fique calma, por causa do seu neném'. Na hora que ele botou a mão na minha barriga, ele veio pegar no meu peito. Na hora que ele veio pegar no meu peito, eu dei dois murros nele. Aí ele disse: 'o que é isso? o que é isso?' Foi e segurou meu braço pra baixo e falou: 'eu vou pegar mesmo!'. Entrou numa estrada de chão e foi bem para o meio da estrada, que estava cheia de mato, e falou... que era para eu colaborar com eles. Eles botaram pra eu fazer sexo oral... neles", contou.
O companheiro presenciou a abordagem e disse que os policiais chegaram a atirar. "Teve um disparo. Eles dispararam... Atirou pra cima. Mandaram a gente parar. Aí mandou botar a mão na cabeça, pegou meu celular, a chave da moto e minha identidade. E seguiu com ela. Em seguida, eu corri para a casa da minha tia e o vizinho dela me trouxe para a delegacia de moto", contou.
Foto: Arisson Marinho/Correio*
Antônio Marcos Gomes Santos e Edarno Rodrigues de Santana foram presos em flagrante depois que o namorado da vítima chamou a polícia. Hoje, o governador Rui Costa pediu que os policiais sejam expulsos da corporação. "Vão ser expulsos seguindo os critérios legais. Tenham certeza que crimes como esse não vão ficar impunes em nosso governo", disse o governador. "Parabéns aos policiais que fizeram a prisão. Agiram com rapidez e conseguiram deter os criminosos em flagrante", escreveu.
A dupla estava armada a bordo de um Chevrolet Corsa sedan branco, placa JRJ-2949. Segundo nota da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), que confirma as prisões, a placa do veículo é fria. Os policiais atiraram para intimidar o casal, obrigando-os a parar no acostamento da rodovia. Simulando uma ação policial, perguntaram por drogas e revistaram o casal. Os policiais, então, obrigaram a jovem a entrar no carro. Os PMs pegaram a chave da moto do rapaz, que foi abandonado no local. Após a fuga da dupla, o marido da jovem entrou em contato com a Polícia Militar.
Socorro
A PM-BA informou que, após alguns instantes, passou pelo local uma viatura da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Candeias) comandada pelo sargento PM Cantídio. Os policiais socorreram o rapaz e seguiram em buscas pela região na tentativa de localizar o veículo.
Foto: Arisson Marinho/Correio*
A vítima foi encontrada, ainda de acordo com a corporação, em um local conhecido como Banco de Areia “em companhia dos dois elementos, flagrados forçando a vítima à pratica de atos libidinosos”. Ao serem abordados, os dois se identificaram como policiais militares, mas acabaram presos em flagrante. O caso foi registrado na Delegacia de São Sebastião de Passé. Ao ser ouvida pela polícia, a adolescente relatou que está grávida de três meses. Ela relatou ainda que os dois, sempre com armas em punho, a ameaçaram e agrediram.
Brucutu
Em nota, a PM-BA confirmou as prisões e os nomes dos policiais. A dupla foi encaminhada para a Corregedoria da corporação, onde foi ouvida, e depois para o Departamento de Polícia Técnica de Salvador, onde passaram por exame, antes de serem presos no Batalhão de Choque da PM-BA. O carro da dupla foi apreendido, além de uma máscara tipo brucutu, um revólver calibre 38 e uma pistola. A polícia suspeita que a dupla já vinha praticando outros crimes como assalto e roubo de veículos na região. O delegado plantonista André de Oliveira Alves atuou os dois em flagrante pelos crimes de estupro, sequestro e cárcere privado.
Foto: Arisson Marinho/Correio
Atendimento
Coordenadora do Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual (Viver), Dayse Dantas afirmou que a adolescente ainda não havia sido atendida porque o local não funciona nos finais de semana há três anos. Segundo ela, está sendo negociado com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) a disponibilidade de um médico para retomar a oferta do serviço. “O procedimento padrão em casos de estupro é registrar ocorrência policial, fazer a perícia médica e depois procurar o Viver”, disse.
O serviço funciona no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, na Avenida Centenário. Segundo ela, em crimes desse tipo que ocorrem nos finais de semana, a recomendação é que a vítima seja encaminhada imediatamente para um hospital da rede pública. O CORREIO não conseguiu confirmar com a Secretaria da Segurança Pública que tipo de atendimento foi prestado à vítima.
Correio24horas

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