A Justiça da Bahia barrou a exibição de uma reportagem da Record sobre uma denúncia de estupro feita pela miss Feira de Santana, Rebeca Sampaio, de 24 anos. A baiana acusa do padrasto, que entrou com uma ação pedindo que a emissora fosse barrada e foi atendido. O caso ganhou repercussão nesta quarta-feira (23). A entrevista iria ao ar no programa "Domingo Espetacular" do último domingo (20).
De acordo com a coluna F5, do jornal Folha de S.Paulo, a decisão foi da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que foi assinada pela juíza substituta de segundo grau Adriana Sales Braga. Ela derrubou uma primeira decisão da 4ª Vara Cível e Comercial de Salvador, que não concordou com a censura prévia e liberava a exibição da reportagem. A Record foi notificada e cumpriu a determinação, mas tenta recorrer.
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O crime foi denunciado por Rebeca Sampaio à polícia em maio. A ocorrência foi registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Feira de Santana, que fica a cerca de 100 km de Salvador e é a segunda maior cidade da Bahia. A miss afirma que sofria abusos desde os 11 anos de idade e que estava sendo ameaçada de morte desde que o caso se tornou público e teve repercussão no estado. O homem ainda teria tentado hackear o Instagram dela.
Devido ao teor da denúncia, a baiana conseguiu uma medida protetiva contra o padrasto, que precisa ficar a mais de 500 metros de distância da jovem. Caso não cumpra a determinação, o homem, que é empresário na cidade, pode ser preso em flagrante.
No pedido de derrubada da reportagem da Record, a defesa de Deandro diz que as acusações são "fruto de uma mente doentia de sua enteada", que buscaria "macular sua imagem perante a sociedade". O padrasto também alega que a denúncia da miss teria sido motivada por um suposto interesse financeiro.
Os advogados do homem dizem ainda que o inquérito policial está em segredo de Justiça, e que a exibição da reportagem poderia fazer o empresário sofrer retaliações. "O inquérito está partindo de meras conjecturas inconcebíveis e sem qualquer prova", diz o documento.
Além de determinar que a Record não exibisse a reportagem sobre o caso, a juíza que atendeu ao pedido ainda proibiu que o nome do suspeito seja citado pela emissora ou por programas da Record TV Itapoan, que é afiliada emissora em Salvador. Procurada pela reportagem, a Record não comentou o caso até a última atualização deste texto.
Redação iBahia
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