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BAHIA

Manifestantes destroem agências e posto após morte de agricultor

Conflito entre índios tupinambás e agricultores da região piorou desde a noite da segunda (10), por conta da morte de do líder de um assentamento. Manifestantes acusam um índio pelo crime

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12/02/2014 às 15:19 • Atualizada em 30/08/2022 às 16:23 - há XX semanas
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O conflito entre agricultores e índios tupinambás em Buerarema, no Sul da Bahia, manteve o clima tenso na cidade na madrugada desta quarta-feira (12). De acordo com a delegacia do município, manifestantes realizaram atos de vandalismo na cidade após a morte de um agricultor, líder de um assentamento na região Durante a madrugada, os manifestantes destruíram as fachadas de duas agências dos bancos Bradesco e Banco do Brasil e tentaram incendiar o posto de gasolina Trevo, na entrada de Buerarema. Eles foram impedidos por homens da Força Nacional. O grupo também queimou placas de danificação do posto, dois semáforos de trânsito. Uma aparelho de televisão foi roubada de uma escola municipal. Ninguém foi preso. Agricultores e índios tupinambás disputam terras no Sul da Bahia, em conflito que tem se intensificado desde o final semestre do ano do passado. Em agosto de 2013, a Força Nacional foi enviada à região para minimizar os conflitos, mas já deixou o local. Os conflitos retomaram na manhã desta terça (11) depois que o agricultor Juraci Santana, 44 anos, foi assassinado dentro de casa, na noite da segunda-feira (10). Os criminosos ainda atearam fogo ao carro e à casa do produtor rural. A mulher de Juraci e a filha do agricultor testemunharam o crime. Em protesto, eles fecharam a BR-101. Parte do comércio foi fechado e houve passeata de moradores da cidade. Os manifestantes destruíram parte da pista que corta Buerarema e ameaçaram explodir uma ponte com dinamites. "Desde que começaram os conflitos, existem ameaças de destruição da ponte, uma das principais ligações à região", disse o inspetor Marcos Vinícius Rodrigues ao Correio24horas,
Protesto fechou BR-101 nesta terça-feira
No final da tarde de ontem, a situação se agravou ainda mais com a chegada da Tropa de Choque, que tentou conter os manifestantes. Bombas de gás de pimenta foram disparadas para dispersar as manifestações. Por conta do protesto e dos objetos queimados, além do uso de marretadas em um trecho, há a suspeita de que a estrutura da ponte tenha ficado comprometida, mas nenhuma inspeção foi realizada no local até às 13h desta quarta-feira (12). O velório do corpo de Juraci Santana está previsto para acontecer ainda na tarde desta quarta, na Câmara de Vereadores da cidade. Ainda ontem (11), o governador Jaques Wagner oficializou o pedido de aplicação do instrumento Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nas regiões do sul da Bahia em que ocorrem conflitos de terra, em especial nos municípios de Buerarema e Una. Previsto na Constituição Federal, a GLO é utilizado quando situações que fogem do controle colocam em risco a segurança da população. Durante sua vigência, tropas das Forças Armadas assumem a segurança local e passam a ter poder de polícia. Depois de deferido o pedido, haverá imediatamente a mobilização das tropas para o envio à região. ConflitoEm nota, o governador disse que já havia tratado da questão com a presidente Dilma Rousseff. “Repudio qualquer tentativa das partes de fazer justiça com as próprias mãos. O Brasil é uma democracia consolidada. As soluções surgirão via Judiciário e após muita negociação”, disse o governador. A retirada da Força Nacional também é motivo de revolta dos manifestantes. Os índios estão invadindo terras na região desde o início de 2012. Eles reivindicam do Ministério da Justiça a publicação da Portaria Declaratória da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. Demarcada em 2009, pela Funai (Fundação Nacional do Índio), a área indígena tem 47.367 hectares e está numa área entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. Segundo os índios, eles estão em mais de 50 fazendas. Os conflitos também se acirraram nos últimos dias entre índios e a Polícia Federal, por conta de cumprimentos de mandados judiciais de reintegrações de posse. Mais de 20 fazendas foram reintegradas, mas os agricultores dizem que índios já reocuparam algumas propriedades. Incra lamenta crimeEm nota, a superintendência regional do Incra na Bahia lamentou a morte do trabalhador rural Juraci Santana, que vivia no Assentamento Ipiranga, em Una. O superintendente do Incra/BA, Gugé Fernandes, solicitou às ouvidorias agrárias Regional e Nacional que acionem as polícias Federal e Civil, pedindo rapidez na apuração dos fatos. "O Instituto aguarda o fim das investigações pelos órgãos do sistema de Justiça e a devida responsabilização dos culpados pelo crime", diz trecho da nota. O Incra/BA mantém contato com a família da vítima desde a manhã de hoje e presta auxílio, dentro das possibilidades da autarquia. O assentamento Ipiranga foi criado em 1998 pelo Incra. Ao todo, 44 famílias de trabalhadores rurais moram no local, numa área de 1,2 mil hectares. A produção agrícola da comunidade é voltada, principalmente, para lavouras de cacau, banana e mandioca. Matéria original: Correio 24h Manifestantes destroem agências bancárias e posto após morte de agricultor

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