Uma série de mortes de gatos por envenenamento tem deixado moradores do bairro de Piatã, em Salvador, assustados. Segundo a psicóloga Solange Diaz, o caso tem sido frequente desde abril e, somente na primeira semana de junho, foram identificados por ela e seus vizinhos cerca de 5 gatos mortos na região.Porém, o problema da psicóloga não tem ficado apenas no encontro de animais mortos pelo bairro, mas também no registro das ocorrências, para identificação das causas das mortes.
Com um bicho morto no colo, ela esteve, durante uma semana, frequentando a 12ª Delegacia de Polícia, no bairro de Piatã, para realizar o boletim de ocorrência (BO), mas teve problemas no atendimento. "A atendente foi irônica e disse que era para eu continuar enterrando os gatos", contou Diaz.A denunciante também falou da dificuldade para conseguir realizar o exame toxicológico, mesmo com uma guia da delegada em mãos. "Disseram no DPT que só aceitavam as vísceras do animal. Me informaram que eu deveria me dirigir a uma clínica ou ao hospital veterinário da Ufba, para que eles extraíssem as vísceras e o estômago do animal, fazendo após o exame toxicológico", afirmou.Em conversa com o iBahia, a vereadora Ana Rita Tavares, que tem acompanhado o caso, afirmou que isso "demonstra o desconhecimento da legislação federal que protege os animais e caracteriza como crime os maus tratos". Além disso, ela salientou que o problema é grave, "por ter sido utilizado uma droga legal".Outros moradores do bairro de Piatã tem registrado o mau cheiro, decorrente, muitas vezes, de animais mortos em matos. "Tem sido frequente o encontro de bichos mortos pela região. A suspeita é de que sejam envenenados por chumbinho ou outro substância com mesmo efeito", revelou uma moradora, que preferiu não se identificar.ProjetoDe acordo com a vereadora, foi apresentado na Câmara Municipal de Salvador, um projeto para que o Governo da Bahia autorize o DPT, ligada à Secretaria de Segurança Pública (SSp), a realizar perícia para identificação da causa da morte de animais, em que casos que não se restrinjam à contaminação por substância tóxica.Atualmente, nos casos em que há suspeita de envenenamento por material tóxico, como o chumbinho, por exemplo, a delegacia emite uma guia para a realização do exame que vai identificar a substância utilizada. “Na maioria das vezes, esses agentes sequer conhecem a Lei 9.605/98, que prevê a pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa para os casos da prática de maus-tratos”, diz Ana Rita.Cão morto à tirosNeste fim de semana, um vídeo registrou a morte de um cachorro por um policial militar em Teixeira de Freitas, cidade do sul da Bahia, que chamou a atenção da população local. Nas imagens, é possível observar o momento em que o PM se aproxima da vizinha, que passeava com dois cachorros, e atira em um dos animais após ele fazer xixi no gramado da casa dele.
Gato que apareceu morto no começo de junho e foi enterrado após B.O (Foto: Reprodução/ Facebook: Solange Diaz) |
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