Um padre do município de Gavião, localizado a 245 quilômetros de Salvador, anunciou neste último domingo (25) que renunciava o cargo e abandonava a batina após engravidar uma fiel. Em uma carta divulgada no Facebook, Gerônimo Moreira relatou como o casal se conheceu, em 2007, quando ele ainda era seminarista.
Apesar de anunciar a decisão durante uma missa, a proximidade entre o padre e Emília Carneiro, 22 anos, fica evidente em fotos postadas na redes sociais em datas anteriores à revelação. A jovem, que segundo uma moradora de Gavião, mora na zona rural e era bastante conhecida na cidade.
"Ninguém desconfiava dos dois, ninguém estranhou a aproximação deles porque a Emília era muito envolvida na igreja - tinha a voz bonita e cantava durante as missas, estava sempre ensaiando por lá", disse a moradora, que trabalha no fórum da cidade. "Depois do anúncio, muita gente ficou emocionada com a história deles".
"Tinha consciência que para ser padre era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as dificuldades", relata o pároco.
"Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade".
Na carta de renúncia divulgada, ele pede perdão aos seus superiores e aos fiéis que magoou com esta história. "Reconheço o meu erro de ter deixado acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime", declarou.
Leia abaixo a carta de renúncia do pároco.
"Comunicado
Caros fiéis da Diocese de Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha vida.
Desde 2001 quando decidi entrar no Seminário para ser padre, sempre tive consciência da grande responsabilidade e as exigências para quem se propõe a tal missão. A minha decisão foi uma atitude de fé. Senti-me chamado para servir ao Reino, ajudar as pessoas, de forma total, consagrando a minha vida como padre. Foi uma decisão livre. Muitas pessoas me apoiaram, outras me criticaram, inclusive dentro da minha própria família.
Tinha consciência que para ser padre era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as dificuldades.
Em 2007, na época que fiz pastoral aqui, conheci Emília Carneiro e sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo. A minha vinda para a Paróquia favoreceu ainda mais este crescimento. Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade. Como padre não pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da Igreja, a partir de amanhã, dia 26 de agosto não exercerei mais o Ministério Sacerdotal.
Reconheço o meu erro de ter deixado acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês. Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime.
Sei que muitas pessoas não compreenderão e me condenarão. Outras usarão deste fato para criticar a Igreja e os outros padres, mas sei também que as pessoas de fé não se deixarão abater, pela minha escolha ou pelo meu erro e continuarão a sua caminhada lembrando-se de tudo que procurei ensinar como padre, assim como pede a Igreja.
Neste último dia como padre, quero pedir perdão a todas as pessoas que magoei com minhas palavras ou gesto ríspidos. De forma especial as lideranças das pastorais e comunidades.
Quero pedir perdão ao nosso Bispo Dom Ottorino por não ser fiel à minha vocação e à sua confiança e lhe agradecer por ter me acolhido com paternidade neste momento da minha vida.
Continuarei vivendo todos os valores da fé cristã, agora na família, ajudando a Igreja naquilo que for possível, enquanto aguardo a autorização do papa para que eu possa casar na Igreja e assim poder participar dignamente da Sagrada Comunhão.
Peço a todos que rezem por nós". Matéria original: Correio24h Padre abandona batina após engravidar fiel na Bahia
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