A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a rebelião no Conjunto Penal de Feira de Santana que deixou nove detentos mortos em maio deste ano. De acordo com o delegado João Uzzum, coordenador regional de Feira de Santana, as investigações conseguiram elucidar quem foram os autores e também o mandante das mortes.
"O inquérito possui dois volumes e mais de 500 páginas. Concluímos as investigações na semana passada e, em razão dele, 19 mandados de prisão preventiva foram expedidos pela Justiça", explicou em entrevista ao CORREIO.Ainda de acordo com o delegado o crime foi encomendado pelo traficante Ronilson Oliveira de Jesus, conhecido como Rafael, que se encontra foragido. Ele teria brigado com um detento identificado com Haraldinho, que comandava o tráfico dentro do presídio e, por isso, teria ordenado a morte dele e de todos os comparsas.Segundo João Uzzum, uma segunda fase das investigações deverá apontar de que maneira armas e drogas conseguiram chegar às dependências do presídio. O mandante do crime deverá ser incluído no Baralho do Crime, ferramenta da Secretaria de Segurança Pública da Bajoa para identificar os maiores assassinos do estado, até semana que vem.Rebelião e refénsForam 18 horas de rebelião, que chegou ao fim por volta das 8h30 de ontem. Os presos do Pavilhão 10 do presídio fizeram 49 reféns - 41 mulheres (três delas gestantes), sete crianças e um homem. O motim começou por volta das 14h30 de domingo, logo após o início das visitas. De acordo com Uzzum, internos da ala 10 sacaram as armas e atiraram contra nove internos do mesmo pavilhão.“Os que estavam com armas passaram a disparar contra os desafetos. Vários estavam com armas brancas. Buscaram as pessoas na cela e iniciaram os homicídios”, contou Uzzum.Alguns presos aproveitaram o tumulto para tentar fugir, mas, após pularem um muro, foram detidos por agentes penitenciários.Segundo o secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), Nestor Duarte, houve uma falha na segurança. “Essas armas entraram de forma criminosa ou negligente. Essa é a realidade. Mas é uma exceção e vamos investigar”, comentou.Os 17 detentos que participaram da rebelião e praticaram os crimes foram transferidos para o Presídio de Serrinha, a 68 quilômetros de Feira de Santana. Morte em SerrinhaUm dos 17 detentos transferidos para o Conjunto Penal de Serrinha por conta da rebelião foi encontrado morto dentro de uma cela com sinais de enforcamento. Raimundo Nonato dos Santos, 38 anos, foi achado com um lençol enrolado no pescoço no último dia 11 de julho. As causas da morte não foram esclarecidas.
(Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade) |
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