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Praia do Forte sofre onda de roubos praticados por adolescentes

Onda de arrombamentos em lojas assusta comerciantes da Praia do Forte

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21/11/2011 às 9:38 • Atualizada em 04/09/2022 às 2:07 - há XX semanas
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Sob a lua, num lindo paraíso praieiro, os meninos não dormem. E quando o silêncio da madrugada se confunde com o som das águas do mar da Praia do Forte, no Litoral Norte, os garotos se levantam para praticar arrombamentos e furtos no comércio local. Qualquer semelhança com o romance Capitães da Areia, de Jorge Amado, não é mera coincidência. Talvez, a única diferença entre os moleques atrevidos descritos na obra do escritor baiano e os “Capitães do Forte” esteja na motivação para o crime. Enquanto os personagens amadianos que ganharam as telonas recentemente roubavam para sobreviver, os malandros daquele pedaço às margens da Linha Verde buscam, com os delitos, outro tipo de alimento. “De forma recorrente, apreendemos adolescentes que arrombam lojas e furtam para comprar drogas”, diz o delegado Marcos Laranjeira, titular da Delegacia de Proteção Ambiental (DPA), na Praia do Forte. Em um mês, conta o delegado, pelo menos 15 roubos a lojas são registrados. “Muitos desses delitos são praticados sempre pelos mesmos adolescentes. Um deles tem 16 anos e já foi apreendido cinco vezes. Apresentamos ao Ministério Público, mas com a nossa legislação a sensação é de que estamos enxugando gelo”, salienta Laranjeira. TensãoNo visual da Praia do Forte, uma lista de atrativos turísticos: as belas praias e piscinas naturais, baleias jubartes e tartarugas marinhas. Porém, a onda de roubos, segundo comerciantes, tem levado os visitantes para outras praias. O nome da avenida é Felicidade. Mas, para funcionários e donos de três lojas vizinhas no endereço, o clima está tenso. A supervisora do restaurante It’s, Leila São Pedro, 29 anos, encontrou a porta do estabelecimento aberta quando chegou para trabalhar, no dia 4 do mês passado. “Quem abre o restaurante sou eu. Fiquei assustada porque não havia sinais de arrombamento. As fechaduras estavam destravadas. Levaram um celular e R$ 300”, relata. Leila lembra que o local tem câmeras. “Um adolescente foi visto na filmagem. Ele ainda tentou roubar o som, mas deixou o equipamento para trás. Aqui é um local de tranquilidade, mas tá ficando difícil”. A dona do restaurante registrou queixa na DPA, mas ainda não obteve retorno sobre as investigações. Ao lado do It’s, o Paraíso dos Gulosos foi invadido na madrugada do dia 7 de novembro. “Uma funcionária encontrou o vidro da porta da frente quebrado. Aqui também levaram o celular e pouco mais de R$ 50. Foi a primeira vez que aconteceu. O problema é que a polícia não passa durante o dia nem à noite”, reclama o empresário Massimo Buccoliero, 38 anos.
Praia do Forte sofre onda de roubos praticados por adolescentes
Ele pretende reforçar a segurança de sua loja. “Não gostaria porque pode causar má impressão, mas vou colocar uma estrutura de ferro na porta”, explica. “O que nos deixa mais chateados é que não há policiamento. Depois da queixa registrada, nenhum policial esteve aqui para dar qualquer retorno”, afirma Bucolliero. InsegurançaO CORREIO passou o dia na Vila dos Pescadores e não presenciou policiamento ostensivo no local. Apenas na entrada da Praia do Forte, PMs faziam blitz a veículos. Segundo Laranjeira e soldados da PM, os efetivos das polícias Civil e Militar não são suficientes (veja ao lado). A dona do shopping Água Viva e do Restaurante Made In Bahia, que pediu para não ter o nome revelado, expõe que todas as lojas do centro comercial foram roubadas. “Entraram pelo telhado, de madrugada, e levaram o dinheiro do caixa, além de um aparelho DVD. A gente não fica mais sossegado na Praia do Forte. Há um clima de insegurança”, desabafa. Ela entregou as imagens do circuito de monitoramento à polícia. “Passei o vídeo e aguardo as providências. Já sabemos quem é a pessoa e que roubou por causa do vício das drogas”, supõe. Para reforçar a segurança, comerciantes pensam em contratar empresa especializada. “Ou a gente fica na base da segurança da boa vizinhança. Um fiscaliza a loja do outro”, sugere o funcionário de um restaurante. Enquanto isso, os Pedros Balas do Forte dominam os grã-finos trapiches da vila. Delegado reclama de estruturaÈ muito mato pra pouca polícia”. Com essa expressão, o delegado Marcos Laranjeira, titular da Delegacia de Proteção Ambiental (DPA), busca apresentar as dificuldades enfrentadas pelos efetivos das polícias Civil e Militar, para solucionar as ocorrências de Praia do Forte. Segundo ele, além da área paradisíaca, os agentes cobrem outras 15 localidades: Açu da Torre, Açuzinho, Areal, Barro Branco, Campinas, Diogo, Imbassaí, Malhadas, Massarandupió, Olhos D’Água, Pau Grande, Ponto da Cobra, Reserva Sapiranga, Tereré e Vila de Sauípe. “Só temos três agentes civis por plantão e um investigador em horário administrativo. A estrutura é frágil”, queixa-se Laranjeira. Além disso, de acordo com o delegado, há apenas um veículo padronizado para as operações. “O outro carro está quebrado há seis meses”, emenda. De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o efetivo da DPA, assim como de outras delegacias localizadas em áreas litorâneas, ganharão reforço no Verão, com equipes e escalas extras nos finais de semana, quando o fluxo de pessoas é maior. Já a equipe da Polícia Militar, segundo oficiais, conta com seis agentes por dia para atender as mesmas localidades. “Esse número deveria ser maior”, solta um PM. A estrutura conta com dois carros e um carrinho elétrico para ronda na Vila dos Pescadores. “O carrinho funciona, mas estamos com problemas no carregador”, diz outro. A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que o efetivo empregado no policiamento da Praia do Forte terá reforço de 60% em dezembro com a Operação Verão, além de já contar com o apoio da Companhia de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e do Batalhão de Polícia Rodoviária.

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