O superintendente da Polícia Federal na BA, Flávio Albergaria, explicou a utilização de blindados no estado, após ser anunciado pela PF, na segunda-feira (18), o envio de novos veículos para reforçar o combate a violência na Bahia. A previsão é de que as viaturas cheguem a Salvador até o fim desta semana.
Em entrevista exclusiva a TV Bahia, o superintendente afirmou que a chegada dos veículos já estava prevista e faz parte de uma diretriz nacional de repressão aos grupos criminosos. Ainda segundo o superintendente, os veículos possibilitam operações mais seguras e rápidas tanto para a comunidade quanto para os policiais.
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"Os veículos blindados ajudam nesse trabalho porque nos propiciam ter uma ação mais rápida, cirúrgica e eficiente. Então, em determinada localidade, que a gente tenha mais dificuldade de chegar com veículos convencionais, o veículo blindado chega de forma muito mais rápida, muito mais célere e mobilizada, e até mesmo não atrapalhando a comunidade local. O veículo blindado nos dá essa possibilidade de alcançar esse objetivo de forma mais segura e célere. [...] Ele minimiza o confronto em determinadas localidades", explicou.
Três blindados e viaturas foram embarcados em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro, na segunda. De acordo com a PF, os veículos serão utilizados por equipes do Comando de Operações Táticas COT) e do Grupo de Pronta Intervenção (GPI).
"A chegada de veículos blindados já estava prevista. Não é uma ação local, é uma ação nacional de repressão às facções criminosas. É uma diretriz nacional do Ministério da Justiça, da Polícia Federal. Todo esse reforço que estamos recebendo, já estava programado", frisou durante a entrevista.
O superintendente explicou ainda que os veículos vão contribuir para o trabalho investigativo da Polícia Federal, ajudando no escopo de atuação integrada da FICCO, com as polícias Civil e Militar, além de reforçar a atuação contra grupos criminosos em toda a Bahia. Flávio Albergaria também negou que novos agentes serão enviados ao estado.
"Não há necessidade. A gente está fazendo um trabalho de inteligência, com muita serenidade. Então, o efeito que a gente tem, já é um efeito robusto, não há qualquer necessidade de reforço nesse momento. Agora vai ser um trabalho técnico, de inteligência, de forma conjunta com as forças do estado, e atuações mais cirúrgicas", esclareceu.
Já sobre as ações que ocorrem em diversos municípios do estado, o superintendente afirmou que são voltadas a todos os grupos criminosos, sem distinção.
"A gente não elege grupo para atuar. É uma atuação mais abrangente com a FICCO, a nossa ideia é atacar todas as facções criminosas que atuam aqui no estado da Bahia. Nossa ideia é atacar todas as facções criminosas instaladas aqui na Bahia", afirmou.
Segurança e combate à violência
Em entrevista à GloboNews na tarde desta segunda-feira, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, falou sobre a atuação de facções na região e em outras partes do estado.
"Nós temos a influência das facções do Sudoeste, em especial do Rio de Janeiro, em facções locais. São Modos operandis muito parecidos, com demonstração de arma de fogo, com demonstração de poder bélico, com ataques não só à comunidade, mas também em relação aos seus rivais, e o enfrentamento às forças policiais".
Os reforços chegam a Salvador após a operação no bairro de Valéria, que resultou na morte do agente federal Lucas Caribé Monteiro de Almeida, de 42 anos, ocorrida na sexta-feira (15).
Dois militares, um federal e outro civil também ficaram feridos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), nas últimas 72h, 9 suspeitos morreram em confronto com a polícia e um foi preso.
Com o reforço, a Polícia Federal baiana passa a atuar com cinco veículos blindados nas operações da força tarefa de segurança, que conta reúne as PF e as polícias Civil e Militar. Dois deles já estão na Bahia e voltarão para o Rio de Janeiro depois das ações. Cerca de 400 homens estão atuando nas ações, sendo que 42 são federais que viajaram para reforçar a atuação.
