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Literatura

'Gueto que lança a moda', diz Juliana Ribeiro em painel da Bienal

Mesa 'Cajus & Cajives' teve também Márcio Meirelles como convidado. Mediação deste painel da Bienal do Livro foi feita por André Uzêda

Mayra Lopes • 28/04/2024 às 17:18 • Atualizada em 28/04/2024 às 23:34 - há XX semanas

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O terceiro dia da Bienal do Livro Bahia 2024 contou com uma programação rica em baianidade. Um dos painéis reuniu Márcio Meirelles, Juliana Ribeiro e André Uzêda, na mediação. A mesa 'Cajus & Cajives' abordou a linguagem baiana, que dá destaque a todas as formas de vermos e estarmos no mundo, fazendo graça e questionando sistemas e poderes.

Esse falar cotidiano de Salvador ou de regiões baianas tem sido também material de criação para artistas e autores de diversos campos artísticos. Juliana Ribeiro falou sobre a gíria 'Calma, Calabreso', citada por Davi no 'BBB 24'. Para ela, o gueto tem papel importante nestas construções linguísticas.

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"Virou um hit, bicho, esse negócio do 'Calma, Calabreso' e aí eu fiquei pensando que eu nunca tinha ouvido. E aí que agente vê como o gueto é fundamental no processo criativo. Eu sempre digo isso. Quem é ponta de lança é o gueto. Sinto muito os intelectuais, mas é o gueto que lança as modas...é o gueto que lança a moda."


				
					'Gueto que lança a moda', diz Juliana Ribeiro em painel da Bienal
'Gueto que lança a moda', diz Juliana Ribeiro em painel da Bienal. Foto: Victoria Dowling / iBahia

Márcio Meirelles, que é dramaturgo, diretor teatral e gestor cultural, falou ainda sobre a aplicação dos termos baianos no cinema e no teatro; e da ausência de pessoas negras nesses espaços.

"A gente não tinha todos negros no palco. E, logicamente, a gente não tinha negros na plateia, porque... pra ver o quê? Pra não se ver, né? O teatro era um espelho. Se eu não me vejo nesse espelho, pra quem que eu vou ver? E eu tinha essa coisa na minha cabeça, era uma coisa que cozinhava no meu juízo", desabafou ele.

O diretor explicou ao final que o termo Ó Paí Ó foi aplicado depois de uma observação dele na rua. O filme traz a história de moradores do Centro Histórico de Salvador nas duas obras. O protagonista é Lázaro Ramos.

"Eu estava vindo para casa e estava pichado no muro, assim, Ó Paí Ó , eu falei, é esse o nome, e aí ele ficou.", descreveu.


				
					'Gueto que lança a moda', diz Juliana Ribeiro em painel da Bienal
Mesa 'Cajus & Cajives' teve também Márcio Meirelles como convidado. Mediação deste painel da Bienal do Livro foi feita por André Uzêda. Foto: Victoria Dowling / iBahia

Duplo sentido no português

'Cajus & Cajives' foi a segunda mesa do espaço Café Literário deste domingo (28). Ao longo do painel, André Uzêda falou sobre o duplo sentido do português, principalmente na nossa forma baiana de se comunicar. Juliana disse que esse duplo sentido entra em um lugar de sexualização, especialmente quando se traz a mulher preta .

Ela ainda pontua que existe uma dificuldade dos homens falarem palavras que terminam com "u" e que sim, isso vem de um lugar de machismo e homofobia. "A gente pode questionar isso em nível psicológico, em consciência, etc, mas tem um caráter machista. E isso a gente não pode negar e eu acho que a gente tem que confrontar. Mas, dentro do linguagem baiana, isso entra no lugar da comédia, da pilhera, da brincadeira e, acima de tudo, de uma forma de falar que traz pertencimento."


				
					'Gueto que lança a moda', diz Juliana Ribeiro em painel da Bienal
Mesa 'Cajus & Cajives' teve também Márcio Meirelles como convidado. Mediação deste painel da Bienal do Livro foi feita por André Uzêda. Foto: Victoria Dowling / iBahia

Ingressos para a Bienal do Livro 2024

Os ingressos para a Bienal do Livro Bahia 2024 já podem ser adquiridos, antecipadamente, por meio do site oficial do evento. A entrada inteira custa R$ 30,00, enquanto a meia entrada tem o valor de R$ 15,00. Durante os dias do evento, de 26 de abril e 1° de maio, é possível comprar os tickets na bilheteria física no próprio Centro de Convenções Salvador.

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