O advogado de João de Deus , Alberto Zacharias Toron, comparou as denúncias de assédio sexual contra o médium a um "linchamento", e questionou a série de acusações anônimas. Para a defesa, o fato de não se saber a identidade da maior parte das mulheres dificulta o entendimento das denúncias.
- Um dado importante que temos que ter em conta quando se pensa na questão da inocência ou da culpa dele (João de Deus) é que até agora nós não sabemos o nome das mulheres, nem temos conhecimento do rosto delas. Então, se torna difícil contrapor a acusações que não sabemos de de onde vem. Outra questão é que alguns dos fatos relatados aconteceram até há mais de dez anos, alguns há quatro anos - disse o advogado ao GLOBO.
Uma das mulheres que mostrou o o rosto foi a holandesa Zahira Leneke, de 34 anos, que disse disse sido vítima de abusos sexuais por parte do médium em 2014. Outra que aceitou se expor, embora não tenha sofrido assédio, foi a americana Amy Biank, que atuava como guia de estrangeiros que visitam o centro de João de Deus, entre 2002 e 2014. Ela contou que reagiu com indignação ao testemunhar um caso de abuso e disse que, após confrontar o médium, fora ameaçada de morte.
Além delas, Dalva Teixeira, uma das filhas de João de Deus, o acusa de abuso sexual e estupro. O advogado não respondeu os questionamentos da reportagem sobre as acusações da filha do médium.
Toron disse que seu cliente esteve nesta quarta-feira no centro espírita Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no interior de Goiás, em respeito ao público que o aguardava. E afirmou que o médium ainda não deve retomar suas atividades para que não seja interpretado como "afronta" ou "desprezo" a quem se sinta atingido com as denúncias.
Ao chegar ao local nesta manhã, o médium se declarou inocente . Desde o último sábado, o Ministério Público de Goiás informou que já recebeu relatos de 78 mulheres contra o médium. O advogado afirma que o clamor público que envolve o caso pode tirar a serenidade das investigações e que seu cliente está à disposição da Justiça para que possa ser ouvido.
Toron também disse que causa estranheza à defesa que as pessoas que acusam João de Deus não tenham procurado as autoridades e tenham optado por relatar os fatos em programas de entretenimento na TV.
- Há uma estranheza já que essas pessoas foram ouvidas em programa de entretenimento na TV. Soa estranho que um programa divulgue fatos, e as pessoas não tenham ido às autoridades - disse o advogado.As denúncias foram divulgadas no programa "Conversa com Bial", da Rede Globo
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Redação iBahia
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