Em depoimento à polícia, Adélio Bispo de Oliveira, responsável pelo ataque ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) com uma faca durante evento de campanha em Juiz de Fora, na quinta-feira, disse que não foi contratado por ninguém para atentar contra a vida do político e não recebeu ajuda de terceiros.
Ele também afirmou que “defende a ideologia de esquerda”, se considera de “esquerda moderada” e que, embora se apresente como evangélico, “na verdade não é nada disso”. Questionado sobre motivação do crime, alegou que Bolsonaro defende ideologia de extrema-direita e o extermínio de homossexuais, negros, pobres e índios, “situação da qual discorda radicalmente”. O trecho do depoimento consta de inquérito da Polícia Federal, ao qual o jornal 'O Globo' teve acesso.
O inquérito da PF traz o termo da audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, dia 7, em Juiz de Fora. Além de Oliveira, que estava acompanhado de quatro advogados de defesa, estava presente uma defensora da vítima. Durante a audiência, a juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho converteu a prisão flagrante em preventiva. Em seu parecer, ela afirma que o próprio acusado admitiu sua participação no delito, sustentando motivação religiosa e divergência de opinião do plano político defendido por Bolsonaro.
A juíza destaca que o ataque “desastroso” colocou em risco não só o candidato, mas também os apoiadores que o acompanhavam, “prejudicando a ordem pública e a segurança das milhares de pessoas que participavam do ato de apoio político”. A juíza diz que Oliveira rompeu toda a célula de segurança que cercava Bolsonaro – seguranças particulares, policiais federais e militares – e se revelou “extremamente ousado e perigoso”. Para justificar seu pedido, ela destaca que o acusado não possui residência fixa e ocupação: “mantém endereços provisórios em diversas localidades e que não possui emprego ou ocupação que lhe garantam rendimentos lícitos”.
A Justiça determinou a transferência de Oliveira para presídio federal, para que sua integridade física seja preservada. Antes de ser transferido, segundo o documento, Oliveira deverá passar por atendimento médico no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), uma vez que reclamou de dores no corpo durante seu depoimento.
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Redação iBahia
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