Dona de um discurso político arrojado em seu novo álbum e show “Deus é mulher” — há músicas que criticam a insegurança (“Língua solta”), a falência da educação (“Exu nas escolas”), o oportunismo e a corrupção (“Hienas na TV”), a intolerância religiosa (“Credo”)... — Elza Soares não tem mais o dever do voto, aos 81 anos. Mas a cantora diz que pretende, sim, ir às urnas nas eleições de outubro.
— Eu gostaria de votar nas próximas eleições. Ainda não tenho candidato, mas estou analisando bem — conta ela, detalhando qual é o Brasil que ela quer para o futuro: — Eu quero um país de liberdade, onde os gays possam amar, onde os negros tenham seu lugar, com mulheres livres e em igualdade de direitos. Um país de educação, de cultura, sem preconceitos. Em que as pessoas possam caminhar pelas ruas sem medo. E sem misturar religião com política, pelo amor de Deus! Religião é religião, política é política. Esse é o país que eu quero!
Elza vai de encontro aos discursos pessimistas sobre um futuro melhor e convoca:
— Eu queria tanto que essa juventude maravilhosa tivesse esperança! Grito tanto nos meus shows pedindo liberdade para essa garotada que está sofrendo... Por que, meu Deus? Eu acredito muito povo. A voz do povo é a voz de Deus. Cadê você, o meu povo brasileiro?
Quando questionada sobre qual é seu maior sonho pessoal, a artista volta seu desejo em prol do coletivo, mais uma vez:
— Eu sonho todos os dias. Muito. E sonho acordada também. Meu grande sonho é ver esse Brasil melhor. Para mim, eu só peço saúde, paz de espiríto. Quero mostrar a esse povo sofrido que minha voz é capaz de gritar por muita coisa e ajudar muita gente.
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Redação iBahia
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