Segundo um estudo sistematizado a partir de informações e denúncias compiladas pelo Conselho Indigenista Missioário, os assassinatos de indígenas no Brasil aumentaram 42% no ano passado e os suicídios atingiram um recorde em três décadas. De acordo com o estudo, isto aconteceu em meio a "um aprofundamento do processo de violência e de violações contra as pessoas e seus direitos".O estudo observa que, durante 2014, os homicídios saltaram para 138 casos e a taxa de suicídios subiu para o maior número em 29 anos, com 135 registros. Taxa que corresponde a mais de um homicídio ou suicídio a cada dois dias.
"Nenhuma causa pode ser estabelecida, mas há muito racismo e muita rejeição por parte da população urbana. Neste contexto, há muita violência que pode estar relacionado com a violência autoinfligida", disse à AFP antropóloga Lúcia Rangel, conselheira da organização. Em função da intensa atividade de exploração ilegal dos recursos naturais em territórios indígenas, "um dos dados mais chocantes refere-se à mortalidade infantil. Dados preliminares da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) registram um total de 785 mortes de crianças de até aos 5 anos de idade", informa o relatório, que denuncia múltiplas deficiências médicas nessas comunidades. O registro representa um aumento de 13,2% interanual, com taxas acima dos 140 por mil, quando a média nacional oficial em 2013 foi de 17 por mil, conforme medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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