Comemorando os 449 anos da cidade do Rio de Janeiro, um dos mais antigos blocos, o Bola Preta, abriu neste sábado (1º) o carnaval de rua carioca. O desfile começou às 10h30, ao som da tradicional marchinha do bloco. Com a expectativa de reunir 2,5 milhões de pessoas, o Bola, que comemora 96 anos de desfiles, arrasta todos os tipos de foliões, na Avenida Rio Branco, no centro.
Para marcar as manifestações que tomaram a cidade em 2013, dois amigos se fantasiaram de "homem-bomba". “Neste momento, em que tanto se fala em bomba, a bomba que a gente precisa é de efeito moralizante. Precisamos cobrar moralidade na política, com os cidadãos; aproveitar o carnaval para protestar também, mas sem agressividade”, disse o folião José Roberto de Souza.
Um grupo de 22 pessoas de Cordovil, na zona norte da cidade, chegou cedo à concentração. Fantasiados com uma releitura da roupa do Capitão América, eles não queriam perder nada da festa. "Chega essa época, a gente se traveste, se solta mais; tudo para brincar o carnaval no Bola", disse o taxista Vladimir de Souza, que investiu R$ 300 na fantasia.
De acordo com o presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto Marinho, que recebe hoje da prefeitura uma placa de homenagem, diz que 2014 será um marco para o bloco. "Já deve ter acontecido de o aniversario da cidade coincidir com o desfile do Bola nesses 96 anos. Mas, para nós, em 2014 é marcante, por tudo o que o bloco passou", disse ele, referindo-se à recente crise financeira do bloco.
O secretario do Patrimônio Cultural da capital, Washington Fajardo, explicou que mesmo o Bola tendo sido reconhecido como bem imaterial do Rio, em 2007, a homenagem quer manter viva na memória do carioca a importância do bloco. "O objetivo é que a placa fique exposta na rua, na sede do bloco, permitindo que a população conheça a memória e os símbolos da cidade", disse.
Durante a passagem do desfile, que contou com três trios elétricos, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica aproveitou para divulgar a campanha nacional contra a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes. Segundo o secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel Rocha, jovens ficam mais vulneráveis nesta época.
“Vamos brincar, é uma festa, mas não vamos desviar o olhar das coisas erradas. Disque 100, para proteger as crianças”, disse Rocha, que esteve no Bola Preta, distribuindo panfletos e material informativo.
O Disque 100 é um serviço telefônico, gratuito, para receber as denúncias de violação de direitos das crianças e adolescentes. O atendimento é ininterrupto, integrado com as polícias e conselhos tutelares.
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