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Cabral e três de seus comparsas conseguem trabalho na cadeia

Ex-governador do Rio de Janeiro bate ponto na biblioteca e pode ter pena reduzida

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Redação iBahia

23/07/2017 às 10:47 • Atualizada em 29/08/2022 às 13:24 - há XX semanas
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Foram milhares os dias em que o local de trabalho do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) foi o amplo Palácio Guanabara, prédio do século XIX que já foi residência oficial de presidentes da República entre 1926 e 1947. Hoje, preso em meio a uma avalanche de acusações, que já geraram 12 processos contra ele, Cabral bate ponto em um local mais modesto, reservado aos criminosos: a pequena biblioteca da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. Ele e outros três presos da Lava-Jato no Rio entraram para o seleto grupo de menos de 3% da população carcerária do estado que exercem alguma atividade na prisão.

O ex-governador começou a trabalhar em Bangu 8 e, no fim de maio, quando foi transferido para Benfica, continuou exercendo as atividades na biblioteca da unidade prisional. Jornalista por formação, o peemedebista colabora na organização e a distribuição de livros.

Na cadeia, em que há muito mais detentos do que vagas de trabalho, quando alguém é selecionado para uma atividade, diz-se que foi “classificado”. Cabral é um dos 1.333 detentos, em meio a quase 51 mil, que conseguiram essa condição. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) diz que nem ele e nem os demais presos da Lava-Jato foram privilegiados. Pela Lei de Execuções Penais, a cada três dias trabalhados, o interno tem um dia de remição de pena. “A demanda é por unidade prisional. Pedindo na unidade e tendo vagas, eles são classificados e enviados ao trabalho”, diz a Seap.

Com proximidade dos livros, o ex-governador tem lido muitos deles, mas seus advogados ainda não pediram que isso também seja contado para diminuir possíveis penas. Cada obra lida significa menos quatro dias na cadeia.

Se Cabral fica na biblioteca, seu ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes pode ser encontrado na enfermaria. Côrtes foi preso em abril, acusado de desvios em sua gestão. Pouco mais de um mês depois de sua prisão, seus advogados pediram para que ele trabalhasse no presídio como médico, o que foi atendido.

De sua função na cadeia surgiu uma situação até cômica: quando o Ministério Público foi à unidade fazer uma fiscalização, encontrou uma quantidade excessiva de antidepressivos com Cabral. A direção da unidade explicou que alguns presos estavam com mais comprimidos do que o necessário para aliviar o funcionamento da enfermaria. O promotor Sauvei Lai continuou os questionamentos, pressionou e o responsável pela enfermaria apareceu: era o próprio Côrtes.

Apontado como um dos operadores de Cabral e preso em novembro do ano passado, Carlos Miranda trabalha há menos de um mês na distribuição da comida aos presos. O cardápio de almoço e jantar sob os cuidados de Miranda inclui arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha, legumes, salada, sobremesa e refresco. Inicialmente, sua defesa pediu que ele exercesse alguma atividade relacionada à sua formação de economista.

O quarto réu da Lava-Jato no Rio a conseguir uma vaga para trabalhar no presídio foi o advogado Thiago Aragão, ex-sócio da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, de quem é acusado de ser operador. Preso em janeiro deste ano, na Operação Eficiência, ele ajuda no cadastro que os colegas de profissão fazem quando precisam visitar clientes na prisão.

A Seap sustenta que a jornada de trabalho dos presos é de 44 horas semanais e que, para realizar essas atividades, o interno deve ter bom comportamento, não ter cometido nenhuma falta disciplinar e ter aptidão para a função.

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