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Casamento homoafetivo é realizado dentro de presídio no MT

Dois casais de detentos se casaram em um presídio de Cuiabá na última quarta-feira (3)

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05/06/2015 às 19:18 • Atualizada em 02/09/2022 às 0:25 - há XX semanas
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Dois casais de detentos se casaram no Centro de Ressocialização de Cuiabá, na última quarta-feira (3). Segundo informações do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, a cerimônia registrou os primeiros casamentos homoafetivos masculinos do Estado realizados dentro de um presídio.

De acordo com informações do jornal Estadão, Duda e Emerson e Rael e Mauro fizeram um contrato de união estável. Padrinhos e amigos dos casais presenciaram a cerimônia, com direito a juras de amor eterno, troca de alianças e até choro da noiva.

Duda e Emerson se conheceram há um ano e seis meses (Foto: TJ-MT)

"Nunca achei que poderia realizar este sonho, ainda mais aqui dentro do presídio, vestida de noiva, com alguém que eu amo e quero compartilhar minha vida toda. Quando eu sair daqui quero vida nova, além da ressocialização, do trabalho honesto lá fora, eu terei uma família para cuidar, um marido para me dedicar. Este casamento realmente transforma a minha vida", afirmou a travesti Duda Marques, 32 anos, ao Estadão.

O noivo, Emerson Marques, 25 anos, disse que não era homossexual antes de ser preso. Ele contou que tem uma filha de seis anos e era casado com uma mulher. "Foi um pouco difícil no início. Poucas pessoas nos aceitam quando decidimos mudar e as críticas são grandes. Não é fácil você assumir a condição de gay, mas hoje é um dia especial para mim. Eu amo a Duda e carrego comigo a certeza de que quero ficar com ela para a vida toda", disse Emerson.

Segundo informações do jornal Estadão, o casal se conheceu dentro do presídio há um ano e seis meses. Casados, eles garantem direitos legais como visita íntima duas vezes por semana e poderão morar na mesma cela. Fora do presídio, os dois possuem direitos como adoção, pensão por morte de um dos cônjuges e direitos de dependentes em plano de saúde estão garantidos.

Rael e Mauro se conheceram dentro do presídio (Foto: TJ-MT)

"O casamento homoafetivo que ocorre hoje dentro do CRC é uma forma de humanizar estas pessoas que se amam e também de garantir a dignidade e respeito entre si. Eles, como qualquer pessoa, têm o direito de uma relação afetuosa, duradoura e estável. Essas situações na verdade já existem, o que estamos fazendo é garantir que eles possam usufruir de seus direitos, previstos em Lei", explicou o juiz da Vara de Execução Penal, Geraldo Fidélis.

Ainda de acordo com o Estadão, Rael e Mauro também se conheceram dentro do presídio. O secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Márcio de Oliveira Dorilêo, ressaltou que o casamento é uma forma democrática de oferecer acesso aos direitos.

"Vivemos em uma sociedade plural e o casamento homoafetivo é uma conquista. É a materialização de um momento histórico em que Mato Grosso garante a cidadania das pessoas presas que são do mesmo sexo", disse Dorilêo.

Correio24horas

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