A crise econômica internacional associada a problemas específicos em alguns países, como o terremoto seguido por tsunami no Japão (em 2011), provocou o retorno de 300 mil a 400 mil brasileiros que estavam no exterior para o Brasil. Os números são do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, e referem-se ao período de 2007 a 2012. A estimativa é que cerca de 2,5 milhões de pessoas vivem fora do país. Os brasileiros voltaram, principalmente, do Japão, da Espanha, de Portugal, da França e dos Estados Unidos, além do Paraguai. Porém, o Itamaraty informou que os dados são baseados em estimativas, pois vários estão em situação ilegal, o que dificulta a precisão das informações. O único país, segundo o Itamaraty, que é exceção é o Japão, pois todos os imigrantes são cadastrados pelo governo japonês. De 2007 a 2012, o número de brasileiros no país caiu de 313 mil para 193 mil. A avaliação é que o terremoto seguido por tsunami no Nordeste do Japão agravado por explosões e vazamentos nucleares, em março de 2011, tenha provocado o retorno. De acordo com o Itamaraty, foram eliminadas ações consideradas discriminatórias em relação a brasileiros no exterior, como era o caso da Espanha até o ano passado. Negociações entre autoridades brasileiras e espanholas, segundo o ministério, acabaram com essas barreiras. A diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Luiza Lopes da Silva, disse hoje (27) que os problemas de impedimento fora do país, quando ocorrem, são pontuais. Em geral, segundo ela, são questões relativas à adequação de documentos. A diplomata acrescentou que a preocupação do governo é dar condições para que todos os que retornam do exterior tenham condições de se reinserir na sociedade e no mercado de trabalho. “No momento que o imigrante volta não acaba o problema. O retorno do imigrante não é fácil porque os caminhos que ele pode percorrer [para se readaptar à vida no Brasil] não são divulgados. De uns anos para cá, estamos fazendo esforços para levar essas informações ao exterior. Estamos fazendo a divulgação desses dados”, disse Luiza Lopes.
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