As vendas do comércio varejista devem crescer em torno de 7,5% neste ano, menos do que os 9,1% estimados para o ano passado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Divisão Econômica da CNC calcula que, apesar de menores em relação a 2012, as vendas terão “ritmo razoavelmente positivo” em 2013; principalmente por causa da esperada evolução favorável do mercado de trabalho e pela provável queda nos níveis de inadimplência dos consumidores, que contribuirá para a melhoria das condições de crédito. Em relatório sobre as expectativas para os principais indicadores econômicos, a CNC ressalta que embora a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) seja retirada, gradualmente, até julho próximo, haverá impacto parcial favorável nos preços de automóveis e eletrodomésticos. O incentivo será mantido nas vendas de materiais de construção até o fim do ano. De acordo com a CNC, 2012 caracterizou-se pelo nível historicamente baixo do desemprego, com taxa média de 5,5% de pessoas desocupadas em relação à população economicamente ativa (PEA). Apesar de considerarem um “desempenho difícil de se repetir”, os economistas da confederação, acreditam que um crescimento mais forte da economia, em torno de 3,3%, pode manter a taxa de desemprego em patamar semelhante. Apesar do “ritmo mais fraco no processo de formalização do mercado de trabalho”, a CNC entende que a geração de postos de trabalho deve apresentar progresso, comparado ao 1,05 milhão de vagas criadas no ano passado. A entidade estima em 1,7 milhão de novos postos de trabalho, dos quais 465 mil (26%) em atividades comerciais. Com o avanço no nível de ocupação e do rendimento real projetados em 1,5% e 2,9%, respectivamente, a CNC estima que a massa de rendimentos deve encerrar o ano com expansão de 4,4%. Isso, combinado com a continuidade do processo de redução das taxas de juros, contribuirá para dar mais ritmo à atividade econômica, acrescenta o relatório. A CNC destaca também que a expectativa de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao longo do ano permitirá o recuo da taxa média de 34% que os bancos cobram hoje de pessoas físicas, para algo em torno de 31,5% no final de 2013. O desempenho é bem mais modesto, porém, do que a queda de 9,5 pontos percentuais em 2012, quando a Selic passou de 10,5% para 7,25% ao ano e os bancos oficiais lideraram uma “puxada de freio” nos juros bancários a partir do mês de abril. Além da queda de juros, a CNC prevê a concessão de prazos mais longos para os empréstimos e o financiamento de compras, em decorrência da redução da inadimplência, principalmente no segundo semestre. Esses fatores devem contribuir para um crescimento nominal de 9% na concessão de crédito ao consumidor e de 5% no montante de novos recursos para as empresas. O cenário favorável do mercado de trabalho, especialmente no que diz respeito ao rendimento real e à expansão do prazo médio de quitação dos créditos, contribuirão também para o menor nível de comprometimento da renda familiar, que atualmente é 21%. Recuo de 1,5 ponto percentual desse patamar em 2013, trará o nível de inadimplência para a média histórica de 7,1%, segundo a CNC.
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