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Dia da Consciência Negra: marcas que celebram a cultura afro

Empreendedoras negras contam como é o desafio de enaltecer a beleza negra e ter sucesso no mercado

Redação iBahia • 20/11/2020 às 11:11 • Atualizada em 31/08/2022 às 13:06 - há XX semanas

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Nesta sexta-feira (20), dia em que é celebrado o Dia da Consciência Negra. Para comemorar essa data de extrema relevância nas questões de empoderamento negro e no combate ao racismo no nosso país, o portal iBahia entrevistou empreendedoras negras que contam como é o desafio de enaltecer a beleza negra e ter sucesso no mercado. Confira:

  • Amora
Foto: Divulgação

De acordo com a empreendedora social, Geórgia Nunes, dona da da marca 'Amora', o projeto nasceu a partir de uma vivência na qual ela precisou comprar bonecas negras para uma ação e não as encontrou no mercado, com isso decidiu que ela mesma faria as bonecas.

Questionada sobre qual importância desse tipo de projeto para a sociedade, a empreendedora disse que apesar de vivermos num país majoritariamente negro, infelizmente os brinquedos que são encontrados nas prateleiras não refletem esses números.

"Quando a gente entra numa loja de brinquedos hoje, o que vemos são prateleiras repletas de bonecas brancas e loiras. Quando entramos numa escola pública de educação infantil, toda a literatura existente traz personagens brancos, com exceção dos livros que são adquiridos pelas próprias professoras, que possuem esse cuidado de oferecer ferramentas lúdicas afrocentradas e não apenas aquelas pautadas na universalidade do modelo eurocentrado", disse ela.

Conforme ainda a empresária, oferecer para uma criança negra uma boneca negra é ofertar muito mais que um brinquedo, é identidade e autoestima. A criança se vê no brinquedo e cria um mundo de possibilidades a partir daquele pertencimento.

Giz Amora Tons de Pele

O projeto 'Amora', além das bonecas pretas, também conta com o 'Giz Amora Tons de Pele', uma caixinha de cores criada para desconstruir o conceito racista que aprendemos em nossa infância de que o lápis cor de pele é apenas rosa.

Foto: Divulgação
Segundo a empreendedora, o 'Giz Amora Tons de Pele', vem com essa proposta de pautas pedagógicas antirracistas desde a educação infantil e suscitar esse diálogo sobre diversidade dentro e fora de sala de aula.

"Esses tipos de projetos são importantes pois fazem com que as pessoas discutam desde a infância sobre representatividade e sobre diversidade".

N Black

Segundo a empresária Najara Black, a marca 'N Black', nasceu em 2005, após ela sofrer racismo e humilhação em um trabalho e isso a fez repensar sobre como queria viver e então decidiu trabalhar pra si mesma.

De acordo com ela, a marca foi criada com o intuito de fazer uma moda afro-brasileira, contemporânea, inclusiva, diversa, despojada e política , para todos aqueles que se identificam como e com negros. "Nos inspiramos em um mix de referências da cultura africana, cultura baiana, unidos ao estilo street wear".

"Comecei a marca sem conhecer nada, mas vi que era algo que poderia dar certo, fiquei sete anos vendendo em casa e depois fiquei mais seis anos em um espaço físico. Agora estamos só com lojas online devido a pandemia. Mas até dezembro estamos com uma loja temporária com o Shopping da Bahia em parceria com outros empreendedores", disse ela.

Conforme a empresária, a marca existe há 15 anos e tem como foco contrariar as estatísticas, vestindo corpos e mentes, engajando em causas sociais, dar visibilidade e potencializar outras marcas, sendo pontes e propondo encontros, recomeços e fortalecendo autoestima e valores.

Para finalizar, sobre a importância do movimento empreendedor negro, Najara conta que esse movimento fortalece os negros, por que eles foram ensinados que não poderiam ser donos de nada, que deveriam trabalhar de carteira assinada ou fazer concurso público.

"A partir do momento, que abrimos algo nosso e passamos a gerar renda para nossa família e para outras pessoas isso é muito transformador, ainda mas pelo empreendedorismo está presente em nossas vidas desde dos nossos ancestrais”.

**Sob supervisão da repórter Isadora Sodré

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