Depois de ter caído nas duas últimas sessões, a moeda norte-americana teve forte alta nesta terça-feira (11). O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 3,498, com alta de R$ 0,055 (1,59%). De manhã, a cotação operou próximo da estabilidade, mas disparou a partir das 10h. Na máxima do dia, por volta das 12h40, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,512. A divisa acumula alta de 2,13% em agosto e de 31,6% no ano.
A cotação foi influenciada pelo cenário externo. O Banco Central da China anunciou hoje a desvalorização do yuan em quase 2% em relação ao dólar norte-americano, com o objetivo de reforçar a segunda maior economia mundial e estimular as exportações. A desvalorização da moeda chinesa, a maior desde as reformas do sistema monetário em 2005, surge em um momento em que a economia do país encontra-se em forte desaceleração. O objetivo é estimular as exportações, uma vez que a produção nacional fica mais barata.
Segundo economistas, a desvalorização poderá levar a uma reação dos Estados Unidos, que têm argumentado que o yuan está subvalorizado e pressionando as demais moedas asiáticas. Desde que a equipe econômica anunciou, há três semanas, a redução para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), o dólar passou a subir. Segundo economistas ouvidos pela Agência Brasil, a possibilidade de o país perder o grau de investimento das agências de classificação de risco tem pressionado o câmbio. A decisão da Moody's, que rebaixou hoje a nota da dívida soberana brasileira, não interferiu na cotação do dólar, porque foi divulgada após o fechamento do mercado. Apesar da redução, o país está uma nota acima do grau de investimento, que é a capacidade de um país não dar calote na dívida pública.
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