Equipes que buscam localizar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips encontraram sinais de escavação às margens do Rio Itaquaí, local onde os dois foram vistos navegando. Eles são desaparecidos desde o começo da semana.
Nas últimas horas, as equipes passaram a se concentrar em uma área abaixo da "Comunidade Cachoeira", em Atalaia do Norte.
Leia também:
Durante a manhã desta sexta, mergulhadores do Corpo de Bombeiros, além de agentes da Polícia Militar, da Defesa Civil, do Exército e da Marinha saíram de Atalaia do Norte até a localidade.
"A gente não pode dizer que tem vestígio concreto no local, mas vamos verificar a situação para ver se realmente tem algo ali que possa identificar os dois desaparecidos", informou o subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan de Amorim Maciel ao g1 Amazonas.
"O relato é de 'terra batida' [mexida, cavada], como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. Vamos fazer uma varredura no fundo para ver se encontra algo", completou.
Buscas
Nesta terça, as buscas foram feitas pela Marinha do Brasil, com o apoio de um helicóptero, duas embarcações e uma moto aquática. Já os desaparecimentos seguem sendo investigados pela Polícia Federal no Amazonas, que não deu detalhes sobre as apurações.
Dom Phillips e a esposa moram na Bahia desde 2007 e os dois têm uma casa em Salvador. O jornalista, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, está escrevendo um livro sobre a floresta amazônica e sua autossustentabilidade quanto às chuvas.
O projeto do livro é apoiado pela Fundação Alicia Patterson. Bruno, que além de estudar e pesquisar questões relacionadas aos povos indígenas, é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), e recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores.
Quando desapareceu, segundo o g1 Bahia, o indigenista não estava em uma missão institucional, mas a Funai informou que também acompanha a situação. Bruno chegou a ser coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte, que compreende justamente a área onde ele foi visto pela última vez. O servidor deixou o cargo em 2016, durante um conflito registrado entre povos isolados da região. O indigenista também chefiou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos, em 2018, quando foi coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai.
No ano seguinte, em 2019, ele foi exonerado do cargo após pressão de setores ruralistas ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou na segunda (6) que está monitorando as providências que estão sendo tomadas para localizar o indigenista e o jornalista inglês.
Bruno e Phillips
Ao longo da última década, Bruno Aaraújo Pereira foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte, que compreende justamente a área onde ele foi visto pela última vez. O servidor deixou o cargo em 2016, durante um intenso conflito registrado entre povos isolados da região.
Em 2018, Bruno se tornou o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), quando chefiou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos. Contudo, foi exonerado do cargo em outubro de 2019, após pressão de setores ruralistas ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Conforme a Univaja, nos últimos anos, ele atuava na sede do órgão, em Brasília.
Bruno faz expedições com Phillips na região onde os dois sumiram desde 2018, de acordo com o Guardian.
O jornalista mora em Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do Guardian. Ele também está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.
Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do Guardian, disse que o jornal está preocupado e procurando informações sobre o colaborador.
“O Guardian está muito preocupado e procurando urgentemente informações sobre o paradeiro de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, escreveu Watts.
Leia mais sobre Brasil no ibahia.com e siga o portal no Google Notícias
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!