Uma ligação telefônica realizada na Penitenciária Nelson Hungria pelo goleiro Bruno de Souza para a noiva Ingrid Oliveira, em 2 de dezembro de 2010, será alvo de investigação solicitada pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) de Minas Gerais. A Suapi informou nesta sexta-feira (22) que vai abrir um procedimento interno para apurar o uso do telefone.
O goleiro é réu no processo que investiga o desaparecimento da jovem Eliza Samudio. A gravação de um trecho com 8 minutos da conversa entre Bruno e a noiva foi divulgada nesta sexta pelo jornal "O Tempo". Segundo a reportagem do jornal, a gravação foi feita com autorização da Justiça.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o desembargador Doorgal Andrada disse que não vai se pronunciar sobre o caso da escuta telefônica até o julgamento de dois recursos pendentes no processo do goleiro. Oficialmente, a Justiça de Minas não confirmou a autenticidade da gravação.
Consultada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds) afirmou que os detentos do sistema prisional têm direito a ligações sociais, mediante autorização e justificativa, concedidas por "motivo relevante".
Entretanto, a Suapi vai investigar se houve facilitação, por meio de algum funcionário. O órgão também quer esclarecer se houve "abuso de confiança" por parte do goleiro Bruno.
Na gravação, Bruno e Ingrid conversam sobre o relacionamento do casal e o andamento do processo. O telefonema foi intermediado por uma suposta funcionária da penitenciária, que afirma ter obtido autorização do diretor para fazer a ligação.
Na época da ligação, o diretor da Penitenciária Nelson Hungria era Cosme Dorivaldo Ribeiro Santos. Segundo o governo do estado, ele não é mais o responsável pela penitenciária. O G1 ligou para a casa de Santos, mas a ligação não foi atendida.
RecursosSegundo a assessoria do TJMG, existem dois recursos para serem julgados no caso do desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Um dos recursos é contra o pronunciamento dos réus e o outro seria um pedido do Ministério Público Estadual (MPE).A assessoria não soube informar sobre o que é o segundo recurso. De acordo com o TJ MG, a legalidade da escuta só vai ser analisada no julgamento desses recursos, que ainda não tem data para acontecer.A reportagem também tentou contato com o MPE, mas a assessoria do órgão disse que tenta contato com o promotor de Justiça Gustavo Fantini para apurar o caso. O defensor de Bruno, o advogado Cláudio Dalledone, não atendeu as ligações da reportagem para falar sobre o assunto.As informações são do G1.
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