Após apresentar um calendário para aumentar, progressivamente, a alíquota do IPI para automóveis, o Ministério da Fazenda agora pensa em adiar a esperada elevação do imposto a partir de abril. A decisão será tomada até a segunda-feira (1/4), informou nesta sexta-feira (29) o jornal Folha de S. Paulo. O objetivo é manter a produção aquecida e conter a inflação, mas há dúvidas no mercado sobre o impacto da prorrogação. “A resposta [em prorrogar] é positiva, mas de grandeza relativa”, diz Valdner Papa, diretor da Fenabrave (federação dos distribuidores). Alguns especialistas argumentam que sucessivas renovações da desoneração do IPI, feitas ao longo de 2012, estariam perdendo o efeito surpresa e já não serviriam tanto para estimular um aumento substancial nas vendas. Muito além da manutenção do imposto reduzido, o setor automotivo cobra do Executivo que reduza, de forma global, a carga tributária que incide sobre o automóvel no Brasil. Papa afirma que a demanda por automóveis em fevereiro retornou a patamares semelhantes aos do mesmo período de 2012, quando, segundo ele, o mercado estava “apático”, com vendas em baixo patamar. Desde janeiro, a alíquota passou a variar de 2% a 8%, dependendo do veículo, mas deveria entrar abril em outro intervalo: de 3% a 10%, o que tende a ser adiado. Nesta sexta, em Salvador, as concessionárias fecharam por conta do feriado da semana santa. Neste sábado as lojas voltaram a abrir e os baianos podem aproveitar o IPI reduzido. Gerentes das concessionários afirmam, porém, que o anúncio não deve provocar aumento nas vendas. “A maioria dos clientes está viajando. O anúncio não deve influenciar nem positivamente nem negativamente”, opinou Paloma Oliveira, gerente da Loja JAC Motors do Caminho das Árvores.
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