Foram 37 anos sem vestir a farda da Polícia Militar. Nessa sexta-feira, o idoso Nilson Gomes se emocionou ao voltar a colocar o uniforme que havia usado por mais de uma década. O militar de 72 anos, que tinha sido expulso da PM do Rio em 1981, conseguiu ser reintegrado à corporação no fim do ano passado por decisão judicial. Ele foi homenageado na manhã desta sexta no 9º BPM (Rocha Miranda), unidade na qual era lotado ao ser expulso.
Ao ser reintegrado, Nilson foi transferido de imediato para a reserva remunerada e classificado como soldado, sua patente antes de ser excluído. Ele foi aposentado por invalidez.
O militar entrou na PM em 1968. Treze anos depois, foi expulso após apresentar problemas psiquiátricos. Em duas ocasiões, quando ainda estava na corporação e após ter saído dela, o militar chegou a ser internado no Hospital Pinel e passou por tratamento psiquiátrico em outra clínica. A sua exclusão foi considerada ilegal pela Justiça, uma vez que ao ter considerado o PM incapaz, a corporação deveria tê-lo aposentado.
“Ao revés disso, o Poder Público, mesmo tendo ciência inequívoca da situação deletéria do segundo apelante, consoante farta documentação anexa, resolveu excluí-lo da carreira militar, aplicando medida inadequada ao que o caso exigia”, afirmou o desembargador Custódio de Barros Tostes em sua decisão.
Após ser expulso da PM, Nilson chegou a viver nas ruas. Em junho de 1984, ele foi interditado e considerado incapaz por decisão judicial. A medida durou até setembro de 2005. Dois anos depois, ao conhecer um advogado, o militar conseguiu entrar com um processo na Justiça. A primeira sentença foi dada sete anos depois, mas por diversos recursos, a decisão final saiu apenas em dezembro do ano passado.
Por decisão da Justiça, Nilson passará a receber o salário de reservista. Ele ganhará ainda o equivalente a cinco anos de salário. Após ter sido expulso da PM, o idoso passou a trabalhar como pedreiro. Nesta sexta-feira, participaram da homenagem ao militar seus familiares, seu advogado, policiais do 9º BPM e o desembargador Custódio de Barros Tostes, que deu decisões favoráveis ao idoso. O magistrado fez um discurso no evento.
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Redação iBahia
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