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Inscrições para programa de bolsas de estudos no exterior começam neste sábado

Através da ‘graduação-sanduíche’, o estudante pode cursar parte do curso no Brasil e outra parte no país que desejar

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24/03/2012 às 10:40 • Atualizada em 08/09/2022 às 15:17 - há XX semanas
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Matheus, estudante de Engenharia, tenta uma das vagas
Estudar fora do país é o sonho de muita gente, mas não é todo mundo que dispõe de condições financeiras para pagar, em média, o preço de um carro popular para fazer um intercâmbio. Para estes, uma opção é tentar uma vaga no programa Ciência Sem Fronteiras, do governo federal. As inscrições para estudantes da graduação começam hoje pelo site www.cienciasemfronteiras.gov.br. Através da ‘graduação-sanduíche’, o estudante pode cursar parte do curso no Brasil e outra parte no país que desejar. Nesse edital são disponibilizadas 5,8 mil bolsas para todo o Brasil, com duração de, no máximo, 15 meses - 12 na faculdade e outros três aprendendo a língua do país - em universidades de sete nações: Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia do Sul, Espanha, Holanda e Portugal. Já para as pessoas interessadas em fazer doutorado fora, no dia 26 de abril o programa vai abrir inscrições para 20 bolsas em duas universidades da Inglaterra. Até o final de 2015, o Ministério da Educação (MEC) pretende disponibilizar 100 mil bolsas. ExperiênciaSe tudo der certo, uma delas será do estudante de Engenharia Mecânica do Instituto Federal da Bahia (Ifba), Matheus Alves Laranjeira Neri, 21 anos. Ele se inscreveu no programa no edital passado e aguarda resposta de uma das universidades conveniadas das cidades de Munique, Aachen e Karlsruhe, na Alemanha. “Essas cidades são os principais polos na área automobilística, que é onde eu tenho maior interesse. Na Alemanha ficam as sedes da Volkswagen, Audi e Porshe”, justifica o candidato, sobre a escolha do país. Antes de saírem as vagas para a Alemanha, ele chegou a se inscrever para os Estados Unidos, mas acabou desistindo. “Eles são mais protecionistas. Não dão emprego para estrangeiro. Na Alemanha, as próprias empresas encomendam as pesquisas às universidades”, conta Matheus, com toda a segurança de quem pesquisou sobre o assunto na comunidade do Ciência sem Fronteiras no Facebook. Matheus, que estuda alemão desde o segundo semestre da faculdade (agora ele está no oitavo), teve que fazer um teste de proficiência na língua alemã, e diz que não vai se apertar com o idioma. E nem de saudade da namorada Larissa. “A gente já combinou. Durante esse ano que eu for ficar lá, ela vai duas vezes por conta própria, e a terceira eu vou pagar”. E para quem duvida que seja possível manter um namoro a distância, a estudante de Jornalismo Anna Larissa Falcão, quase xará da namorada de Matheus, dá a dica. “Hoje em dia tem tanta ferramenta que aproxima, como Skype e MSN, que fica mais fácil lidar com a distância”, ensina a jovem de 23 anos, que participou de um programa parecido em 2010. “Foram sete meses em Santiago de Compostela, na Espanha. Dividi apartamento com outros três estudantes: um brasileiro, um belga e um francês”, lembra ela. Como o Ciência sem Fronteiras, o programa do qual ela participou incluía uma bolsa-auxílio, passagens e auxílio habitação. “É um convênio da Ufba com outras universidades”, explica. No caso do edital aberto, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) esclarece que o valor da bolsa é de US$ 300 mensais, na moeda do país de destino. Além disso, o estudante pode ficar hospedado num alojamento da faculdade, com direito a três refeições. Caso a instituição não disponha desse espaço, o auxílio- moradia é dado em dinheiro. ÁreasPara participar, o interessado precisa estar cursando uma das seguintes áreas: Engenharias e demais áreas tecnológicas; Ciências Exatas e da Terra; Energias Renováveis; Tecnologia Mineral; Formação de Tecnólogos; Biotecnologia; Petróleo, Gás e Carvão Mineral; Nanotecnologia e Novos Materiais; Produção Agrícola Sustentável; Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais; Fármacos; Biodiversidade e Bioprospecção; Tecnologia Aeroespacial; Ciências do Mar; Computação e Tecnologias da Informação; Indústria Criativa (voltada a produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação); Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva; Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde. Após a inscrição pelo site, a Capes entra em contato com a coordenação da faculdade que o aluno estuda no Brasil para que o coordenador do curso homologue o pedido e anexe duas cartas de professores, atestando a boa conduta e rendimento nas disciplinas. O candidato ainda precisa fazer um teste de proficiência na língua do país. Os documentos são então entregues para a Capes, que os envia para as universidades parceiras no país que o candidato escolheu, para que elas digam se aceitam ou não o estrangeiro. Novas regras para estrangeirosDesde quarta-feira, estudantes estrangeiros participantes do Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G) no Brasil tiveram suas bolsas reajustadas no valor do novo salário mínimo (R$ 622). De acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, novas regras foram estipuladas para estes estudantes. As bolsas poderão ser emergenciais ou regulares, com duração de seis meses, passíveis de renovação. O estudante não pode acumular a bolsa de estudos com outros benefícios financeiros e precisa estar sujeito às normas vigentes do PEC-G e às normas internas da instituição de ensino superior onde está matriculado. O PEC-G oferece oportunidades de formação superior a cidadãos de países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos culturais. Desenvolvido pelos ministérios das Relações Exteriores e da Educação, em parceria com universidades públicas e particulares, o PEC-G seleciona estrangeiros, entre 18 e 25 anos, com ensino médio completo, para realizar estudos de graduação no Brasil. O aluno estrangeiro selecionado cursa gratuitamente a graduação. Em contrapartida, deve atender a alguns critérios, entre eles, provar que é capaz de custear suas despesas no Brasil, ter certificado de conclusão do ensino médio e proficiência em língua portuguesa, no caso dos alunos de nações fora da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). A cada seis meses, o Ministério das Relações Exteriores abre, mediante edital, prazo para candidaturas de estudantes às bolsas regulares, vinculadas ao bom desempenho do beneficiário.

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