Um jovem de 23 anos emocionou seus seguidores nas redes sociais ao contar como foi ter anunciado a seu irmão de oito anos que é gay. Lucas Vasconcellos usou o perfil no Facebook para explicar que tudo aconteceu de uma forma natural, enquanto ele e o caçula assistiam à televisão.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal |
Ao se deparar com uma cena em um programa infantil em que duas amigas dão um selinho, o rapaz colocou a TV em mudo e fez a revelação. Lucas disse que usou uma maneira pedagógica de explicar ao irmão sobre sua orientação sexual, usando as cores. Ao fazer um questionamento ao caçula, o jovem teve uma resposta surpreendente. A postagem, feita no dia 12 de março, já conta com mais de 4 mil curtidas e 600 compartilhamentos. Confira:
"Hoje eu contei para o meu irmãozinho que eu era gay. Após muitos anos desde que descobri a respeito da minha sexualidade, sobre o gênero que desperta uma paixão realmente autêntica em mim, finalmente cheguei a decisão de confiar a minha realidade a essa pessoinha com quem mais me importo na vida. Dividi isso de maneira bem pedagógica, tentando criar uma analogia sobre as pessoas e suas cores favoritas. Dizendo que têm pessoas que gostam mais de preto, ou branco, ou azul, ou amarelo, ou vermelho; explicando sobre o quão legal isso fazia do mundo. Que todos podemos gostar de cores diferentes, e ainda assim sermos felizes e respeitados ao colorir nosso mundo com elas. Ele parecia saber que eu ia confessar algo. Mergulhou num estado quieto e pensativo durante a explicação inteira, e então, por fim, resolvi assumir minha sexualidade. Ele continuou me olhando, bem calmo e sorrindo, tão natural, e eu o questionei: 'Tu sabe o nome que se dá a quem gosta de pessoas iguais, John? Homens que gostam de outros homens, e mulheres que gostam de outras mulheres?'. Eu estava preparado para soltar a palavra 'gay', já na ponta da língua quando ele simplesmente me escancara a verdadeira resposta:
'Amor?'
E então eu chorei.
'Não chora', ele disse me abraçando. Ele me olhou com aqueles olhos, cheios de inocência e de mesmo tons que os meus, e eu senti que pela primeira vez ele me enxergava como eu realmente era. Um irmão que ele amava, um amigo que ele jamais perderia e, mesmo uma pessoa qualquer com uma preferência diferente por quem se apaixonar, ainda assim uma pessoa igual a qualquer outra.
Eu soube disso pela resposta dele. Pela bondade em cada palavra. Uma criança de oito anos de idade soube encarar algo tão natural com mais maturidade que muito adulto. Mais que meus próprios pais, inclusive, que sempre me negaram o direito de confidenciar isso ao meu irmão. Aproveitem pra aprender da pureza deles, que a maioria esquece ao crescer, pois eu acho que as maiores verdades dessa vida estão no coração dos pequenos. E a vida continua como se nada tivesse mudado. E do fundo do coração, eu agradeço por isso".
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