Lindemberg Alves, acusado de matar Eloá Pimentel, pediu perdão à mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel, na tarde desta quarta-feira (15), logo no início de seu interrogatório. Lindemberg começou a ser ouvido pouco depois das 14h, no Fórum de Santo André, no ABC. Ele é julgado pela morte da garota em 2008 no apartamento dela, após um sequestro de cem horas. "Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", disse o réu. Ela é a primeira vez que Lindemberg fala sobre o crime desde que foi preso, em outubro de 2008. "Estou aqui para falar a verdade, afinal, tenho uma dívida muito grande com a família dela." De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza Milena Dias leu a denúncia para o réu e iniciou as perguntas. O julgamento do caso Eloá entrou em seu terceiro dia nesta quarta. Segundo o acusado, ele e Eloá mantiveram relacionamento amoroso por dois anos e três meses. "Eu era muito amigo da família", disse. Lindemberg se disse surpreso ao ver que a ex-namorada estava acompanhada quando chegou a apartamento onde ela foi mantida refém. "Fiquei surpreso com a presença do Iago, do Victor e da Nayara. A Eloá ficou assustada ao me ver", disse. O réu afirmou que estava armado porque havia recebido ameaças dias antes do crime. "Era para garantir minha segurança." Lindemberg disse que sacou a arma após perguntar a Eloá se ela havia ficado com Victor e ela negar. "Puxei a arma para Eloá quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor. Mandei os três saírem do apartamento, pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram." "Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer", relatou Lindemberg. Após o interrogatório, serão feitos os debates entre a acusação e a defesa, com direito a réplica e tréplica. Os jurados, então, se reúnem para decidir pela absolvição ou condenação. Passado esse ponto, a juíza Milena Dias vai ler a sentença e definir a pena dada ao réu. DepoimentosPela manhã, o tenente Paulo Sérgio Squiavo, que comandava a equipe do Gate que invadiu o apartamento onde Lindemberg mantinha Eloá refém, disse durante seu depoimento que o réu estava eufórico após os disparos feitos. Segundo Squiavo, Lindemberg gritou: “Tô vivo e a matei”. Squiavo foi o primeiro a depor no Tribunal do Júri, no Fórum de Santo André, no ABC, nesta quarta. Ele foi ouvido das 10h50 às 12h20. O comandante da Polícia Militar disse ainda que só invadiu o apartamento porque já havia recebido ordens de seus superiores que poderia fazê-lo caso “estivesse insustentável a situação dos reféns”. Squiavo afirmou também que só entrou no apartamento após ouvir um disparo, juntamente com outros quatro policiais. Segundo ele, foi detonada uma bomba. Pelo vão da fresta, ele disse ter visto Lindemberg atirar mais duas vezes. O policial disse que se quisesse poderia ter matado o réu. O Gate, segundo ele, disparou um tiro de bala de borracha contra Lindemberg, que jogou a arma no chão e foi rendido.
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