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Mudar de trabalho depois dos 40 é possível; entenda como

Micheline Carvalho, especialista em Recursos Humanos pela FGV, explica que satisfação com o emprego deve ser prioridade

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Redação iBahia

30/10/2018 às 22:00 • Atualizada em 01/09/2022 às 1:32 - há XX semanas
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Com crise ou não, a ameaça do desemprego é uma aflição constante entre os trabalhadores. Embora a taxa tenha caído de 13,3% para 12,3% em um ano, um balanço do IBGE divulgado em agosto aponta que ainda são mais de 12 milhões de brasileiros desempregados. De acordo com a especialista em Recursos Humanos pela FGV, Micheline Carvalho, os mais vulneráveis a perderem os empregos atualmente são funcionários na faixa dos 40 anos:
— Como as empresas querem pagar menos, optam por cortar os funcionários estáveis e com salários maiores para substituí-los por trainees. Além dos jovens não se importarem em ganhar pouco, eles estão motivados a trabalhar duro no início da carreira. Aos 40 anos, esse vigor não é mais tão comum.
O que fazer, no entanto, se o desemprego de fato bater na porta depois dos 40? Nessa faixa etária, é comum que os trabalhadores tenham contas fixas e um núcleo familiar para sustentar — o que aumenta o desespero de quem passa por essa situação. A opção encontrada por Alessandra Monteiro, de 45 anos, para voltar à ativa após ser demitida do banco em que trabalhou por duas décadas foi radical:
— Com 30 anos você já é considerado velho para trabalhar em banco. Eu sabia disso quando fui demitida, mas tentei voltar para o setor durante um ano e meio. Quando percebi que não daria certo, tomei a decisão difícil de mudar de carreira e, pensando bem, foi uma guinada que mudou minha vida completamente. Me deu a oportunidade de trabalhar com o que eu realmente gostava, que era o Marketing.
A mudança na vida de Alessandra aconteceu por necessidade, porém Micheline explica que muitos casos de pessoas que mudam de carreira aos 40 anos acontecem também por insatisfação com o atual emprego. Ela conta que, há algumas décadas, a escolha de carreira era muito mais influenciada por retorno financeiro e aconselhamento familiar, enquanto hoje a prioridade entre os mais jovens é exercer uma função que dê prazer:
— Aos poucos os mais velhos estão entendendo isso também, apesar de lidarem com uma carga de responsabilidade maior. Decidir recomeçar requer muita reflexão sobre o que traz felicidade e planejamento caso seja mesmo esse o caminho.
A especialista atenta, no entanto, para alguns obstáculos que uma nova trajetória pode apresentar como salários mais baixos, entender a liderança de pessoas mais novas e dominar a tecnologia. Neste caso, ela recomenda uma avaliação pessoal para que a pessoa determine o que está ou não disposta a sacrificar e a atualização constante através de cursos ou graduações.
— Sou formada em Administração e já tinha uma pós-graduação em Marketing quando fui demitida. Assim que resolvi entrar de fato nesse mercado, pesquisei todo tipo de palestra e workshop de graça na internet. Nesses cursos fiz contatos que me possibilitaram trabalhar na área rapidamente — conta Alessandra. No ano que vem, ela pretende começar o mestrado para dar aulas em universidades.
Quanto a refazer os processos seletivos para a nova carreira, Alessandra acrescenta que não se sentiu tão intimidada como imaginava graças a um fator que percebe nas empresas: a valorização da experiência.
Segundo Micheline, esta qualidade dos candidatos de 40 anos vem chamando a atenção dos empregadores principalmente por conta da maturidade que agregam às equipes, aumentando sua eficiência:
— Essa experiência e os cursos de atualização são um prato cheio para as empresas porque se trata de um funcionário não apenas competente, mas habilidoso. Para quem quer aprender mais, a internet oferece conteúdo sem que seja necessário um grande investimento.
A coach acredita que a mudança de carreira se tornou possível graças ao aumento na expectativa de vida. Ela aponta, no entanto, que ainda há pessoas que consideram que 40 anos é tarde demais, preferindo se manter por mais alguns anos numa rotina pouco agradável e esperar a aposentadoria:
— No tempo da minha mãe, uma pessoa de 40 anos já era considerada idosa. Hoje, há quem trabalhe com muito vigor aos 70. Quem não está satisfeito com a profissão que leva, mas não tem coragem de mudar seja por medo de perder o padrão de vida, por baixa autoestima ou acomodação, precisa combater isso. É muito mais fácil quando se tem o apoio da família, porém se não for o caso é recomendável procurar um profissional que aconselhe essa nova etapa da vida.

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