O motorista Francisco de Assis Lopes, 53 anos, pediu perdão pelo acidente que deixou 20 pessoas feridas na primeira noite de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, nesta segunda (27). "Eu só quero pedir desculpas à família de quem se machucou. Eu não tive culpa. Não tenho mais nada a declarar", afirmou Lopes, após prestar depoimento à polícia. Responsável por dirigir o carro alegórico da escola Paraíso do Tuiuti, na hora do acidente, Lopes foi defendido pelos filhos que negaram que ele tenha perdido o controle do veículo.
"Ele não deu ré porque ele quis. Pediram para ele dar ré", disse Lidiane Isis dos Santos Lopes, acompanhada de seu irmão, Liverton dos Santos Lopes Jr., ambos presentes no 6° Distrito Policial, na Cidade Nova, centro carioca, para depoimento do pai. "Subiu uma pessoa no carro pedindo para ele dar ré. Aí ele deu réu porque mandaram", completou sobre o pai, que é motorista de caminhão há mais de 30 anos.
Segundo eles, um carro acoplado na frente foi uma surpresa para Lopes. "Só quando estava na avenida que o carro foi acoplado. Ele não sabia", disse Lidiane, que acredita que a situação tem relação com o acidente. "Ele ficou sem visão na hora de pilotar o carro. Como acoplou o carro, não tinha como ele enxergar", justificou. "Disseram que ia ter um guia para ele. Não teve guia para ele", completou o irmão, dizendo que seu pai avisou que não tinha visão.
Logo após o acidente, Lopes sofreu agressões físicas. "Meu pai foi arrancado do carro e agredido brutalmente por pessoas da escola", contou Liverton. Para os filhos, não havia como o motorista recusar-se a conduzir o carro. "Era o último. Como ele ia largar o carro na avenida?", questiona Lidiane. "Ele cumpriu com o papel dele, de motorista profissional que ele é", completou Liverton.
O acidente
A Polícia Civil abriu nesta segunda-feira (27) uma investigação para apurar as circunstâncias do atropelamento de 20 pessoas por um carro alegórico na Marques de Sapucaí. O incidente ocorreu nesse domingo (26), na concentração do desfile da Paraíso do Tuiuti, e alguns feridos chegaram a ser espremidos contra uma grade.
Após o atropelamento, o carro seguiu até o fim do desfile, e agentes impediram que o veículo fosse retirado do Sambódromo. A alegoria passou por uma primeira perícia na dispersão e deve ser vistoriada novamente ao longo do dia. Os policiais também vistoriaram o trecho do Sambódromo onde houve a colisão contra a grade e as cabines de transmissão.
Oito pessoas foram levadas a hospitais municipais, sendo os três casos mais graves para o Hospital Souza Aguiar e os outros cinco para o Miguel Couto. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde informou por volta de 3h, as vítimas estavam acordadas e estáveis, e os quadros cirúrgicos ainda estavam sendo avaliados.
Investigação
O delegado da 6ª Delegacia de Polícia, da Cidade Nova, William Lourenço, disse que ainda é cedo para falar em responsáveis pelo ocorrido. Segundo ele, as vítimas começarão a ser ouvidas depois da perícia. Poucas horas depois do acidente, o motorista do carro alegórico não havia sido identificado. O caso foi registrado como lesão corporal culposa.
Em nota, a escola Paraíso do Tuiuti disse lamentar profundamente o ocorrido. “A diretoria da escola manifesta o seu pesar e prontifica-se a prestar esclarecimentos assim que todas as causas do acidente forem apuradas. Esclarecemos que ofereceremos toda a assistência necessária às vítimas deste irreparável episódio. Informamos que a alegoria envolvida no acidente será periciada pela Polícia Civil.”
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade